Construção civil teme demissões em Porto Alegre

Devido ao isolamento social, atividades do segmento estão interrompidas desde o dia 26 de junho por decreto

Por Jefferson Klein

Com a iniciativa, 100% dos 115 serviços poderão ser feitos on-line
Desde o dia 26 de junho com as atividades interrompidas por decreto da prefeitura e observando a questão do coronavírus e as medidas imediatas de combate à pandemia intensificarem-se, o setor da construção civil em Porto Alegre já receia o desencadeamento de demissões de pessoal. A preocupação é compartilhada entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana, e o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Jr. São cerca de 27 mil pessoas que atuam nessa área na capital gaúcha.
"Hoje, estamos muito mais preocupados do que estivemos anteriormente", admite Santana. O dirigente comenta que o cenário do coronavírus piorou e o inverno chegou ao Rio Grande do Sul com muita força, o que deve complicar ainda mais a saúde da população. O presidente do Sticc considera que a situação atingiu esse patamar porque o Brasil não se planejou para enfrentar a pandemia. Ele recorda que o problema começou na China, com a perspectiva de expandir globalmente, e havia tempo para os brasileiros se prepararem, o que não ocorreu.
Santana esperava que o panorama em Porto Alegre já estivesse mais tranquilo neste mês de julho, porém, agora, ele não possui mais convicção sobre o tempo que levará para que a pandemia seja amenizada. "Porque está piorando dia a dia e a população não está ajudando", lamenta. Na capital gaúcha, a prefeitura proibiu a atividade da construção civil com exceção para os fins de saúde, segurança, educação e a execução de obras públicas. Um desses empreendimentos que se encaixa nessa condição, citado como exemplo pelo presidente do Sticc, é a segunda ponte do Guaíba. Ele vê uma certa contradição no fato de que algumas obras foram liberadas e outras não somente porque são da iniciativa privada.

Regras mais rígidas já estão valendo na capital gaúcha

A terça-feira marcou o início das medidas mais severas para aumentar o isolamento social em Porto Alegre. Quem circulou pela cidade notou os cavaletes da EPTC impedindo o estacionamento nas vagas da área azul.
Está proibido deixar o veículo em vagas de estacionamento rotativo, entre as 7h e 19h, por 15 dias. Segue permitido estacionar apenas nas áreas próximas a hospitais e serviços públicos de saúde. Nesses pontos, o pagamento deve ser feito pelo parquímetro, já que as vendas pelo aplicativo e ponto de vendas estão suspensas, com permanência máxima de duas horas na mesma vaga.
Também ontem começaram a valer as restrições para o Mercado Público - que deve ficar fechado, e boa parte das operações começou a atender por tele-entrega ou o sistema pague e leve. A partir de quinta-feira, será suspenso o vale-transporte dos trabalhadores vinculados a empresas que estão sem operar, mais uma tentativa de reduzir o volume de pessoas nas ruas.