A primeira reação
às novas medidas de restrição e fechamento em Porto Alegre, em nova fase de combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus, segundo o prefeito Nelson Marchezan Júnior, foi da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc). O local, anunciou Marchezan,
vai ter de fechar a partir de segunda-feira (6). A entidade ficou surpresa pela inclusão do complexo na lista de locais que fecharão e cobrou "critério claro" para a medida. Além disso, alega que as bancas atuam com atividade essencial.
Em nota, a associação afirma que "repudia veementemente a possibilidade de suspensão das atividades do estabelecimento aventada pelo prefeito". "O Mercado Público de Porto Alegre desempenha uma atividade essencial à população gaúcha, uma vez que é um centro de abastecimento e, como tal, trabalha com produtos perecíveis que não podem ser descartados de um dia para outro", argumenta a entidade.
A alegação da prefeitura é que os vigilantes do complexo foram proibidos pelo sindicato da categoria de fazer a aferição da temperatura e controle do fluxo das pessoas ao interior. Quem chega ao local vinha sendo abordado pelos vigias, que direcionam o termômetro ao frequentador e recipiente com álcool em gel para uso nas mãos.
A associação diz que os profissionais não podem fazer a aferição, mas podem controlar o fluxo. "O controle de acesso é de responsabilidade da prefeitura. É de competência da administração municipal organizar o fluxo", alega a entidade, na nota. Os ocupantes dos espaços, desde bancas de alimentos e outros itens a restaurantes e cafés, garantem que seguem as normas dos decretos em vigor para distanciamento.
"Recentemente, o local passou por uma desinfecção preventiva, ação que não se viu em grandes redes de supermercados da Capital. É um espaço mais arejado que o verificado em outros estabelecimentos comerciais", descreve a Ascomepc.
As medidas lançadas pelo prefeito nesta sexta-feira (3) atingem desde setores de comércio e serviços, como academias e salões de beleza, até parques e praças e uso de cartão de vale transporte. O prefeito diz que a "nova fase" de ações busca frear a pressão da demanda por leitos de UTI de doentes com a Covid-19. Marchezan diz que a oferta de vagas para a pandemia devem se esgotar na próxima semana, seguindo a velocidade de novos casos, que aumenta de dez a 20 casos diariamente.