A Federação das Câmaras de Dirigentes lojistas do Estado (FCDL/RS) manifestou oposição às sistemáticas adotadas pelo governo gaúcho na tentativa de contenção da disseminação da Covid-19. Em nota divulgada nesta terça-feira (16), a entidade afirma que a adoção da bandeira vermelha em quatro das regiões de controle sanitário "é mais um duro golpe no já combalido comércio varejista estadual, que tem sido o principal prejudicado pelas medidas restritivas que vêm sendo aplicadas desde março de 2020".
Para ele, a justificativa da bandeira vermelha, que proíbe o funcionamento da maior parte do comércio ocorre em função da insuficiente disponibilidade de vagas em UTIs nos hospitais das regiões atingidas. E a disponibilidade de equipamentos com respiração mecânica mostra ser o ponto chave da questão.
Desde o início da pandemia os hospitais tiveram um aumento de 270 leitos de UTIs, através do repasse do governo federal de cerca de R$ 38 milhões, um investimento de R$ 142 mil por leito de Unidade de Terapia Intensiva. "Mesmo sendo um gasto expressivo, este investimento não chega perto do prejuízo que a economia estadual está tendo por não poder operar adequadamente, comprometendo, inclusive a geração diária de impostos estaduais em proporções bem maiores de que os R$ 38,4 milhões", aponta o dirigente.
Para a entidade representativa do varejo, fechar o comércio não resolverá ou amenizará os problemas de atendimento a pacientes, resultando em prejuízos muito maiores para os lojistas, seus colaboradores e toda a sociedade gaúcha. O alvo do combate ao Coronavírus não deve ser as lojas e outros estabelecimentos empresariais que não causam aglomeração. O foco é o uso de máscaras, higienização, distância mínima regulamentar e, especialmente, aumento da infraestrutura de atendimento.
O executivo estadual bem como epidemiologistas e especialistas da área da saúde de todo o mundo, por outro lado, já afirmaram que a adoção de medidas de distanciamento são as melhores formas de conter o avanço da doença e um colapso da rede de saúde. Até que haja uma vacina capaz de imunizar uma grande parcela da população, manter-se em casa é a medida de prevenção mais indicada por estas lideranças.