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Aeroporto Salgado Filho na pandemia: lojas fechadas, menos empregos e queda de 93% nos voos
Dois terços das operações comerciais, entre elas a Pizza Hut, estão fechadas no aeroporto
MARCO QUINTANA/JC
Patrícia Comunello
O Aeroporto de Porto Alegre, que ainda se mantém para os gaúchos como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, está irreconhecível. Mesmo após a liberação da abertura de setores do comércio e serviços de alimentação na Capital, após a flexibilização das medidas de combate a pandemia do novo coronavírus, o ritmo é lento de retomada e a razão é simples: os voos diários reduziram 93% em maio.
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O Aeroporto de Porto Alegre, que ainda se mantém para os gaúchos como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, está irreconhecível. Mesmo após a liberação da abertura de setores do comércio e serviços de alimentação na Capital, após a flexibilização das medidas de combate a pandemia do novo coronavírus, o ritmo é lento de retomada e a razão é simples: os voos diários reduziram 93% em maio.
De uma média de 200 voos ao dia, a operação despencou para 14, conforme a concessionária Fraport Brasil, subsidiária da alemã Fraport, que assumiu a operação em janeiro de 2018, sucedendo a Infraero. A empresa também administra o terminal de Fortaleza, capital do Ceará.
Em abril, já que os dados de maio serão liberados este mês, a média de passageiros embarcando e desembarcando no terminal foi de 900 por dia. Antes da pandemia, o fluxo médio era de 22,8 mil pessoas, detalha a empresa, em nota. A queda foi de 96% no fluxo.
VÍDEO: Confira imagens de como está o terminal de passageiros em Porto Alegre
Em março, 405 mil passageiros passaram pelo terminal, caindo a 29 mil em abril. Janeiro, para contrastar com março, que já sofreu efeitos da crise sanitária, registrou 745 mil pessoas. O confronto com abril de 2019 mostra redução de 95% no fluxo, que foi de 633,5 mil passageiros no mês no ano passado. O terminal somou, entre voos domésticos e internacionais, 8,3 milhões de passageiros em 2019.
De uma média de 200 voos ao dia, a operação despencou para 14 em maio; junho, a projeção é de apernas 23. Fotos: Marco Quintana/JC
Para este mês, a projeção da concessionária é que a média diária de voos fique em 23, entre pousos e decolagens ligando Porto Alegre a São Paulo, Campina, Brasília e ao Rio de Janeiro. O número indica queda de 88,5% no fluxo de pousos e decolagens diárias frente ao pré-Covid-19.
Menos gente circulando impacta diretamente nas atividades de lojas e serviços, como alimentação. O sintoma evidente disso é o cenário de espaços fechados em sua maioria. Das 66 locações que estavam em pleno funcionamento em março, antes de começarem cancelamentos de voo e regras locais para operação, apena 22 estão abertas, segundo a administradora.
Operações tiveram aluguel suspenso durante restrições na Capital, mas muitas não reabriram as portas ainda
"A Fraport Brasil entende que o impacto na indústria da aviação afetou diretamente também os cessionários do aeroporto. Desta forma, optou pela suspensão da cobrança de aluguel", esclareceu a empresa, citando que informações sobre impactos no quadro de funcionários devem ser obtidas com os estabelecimentos. Além disso, a concessionária negocia o futuro das operações com cada empresa. A suspensão do aluguel ocorreu na vigência dos decretos municipais que restringiam o funcionamento.
Outro front afetado fortemente pelo ritmo lento da operação é o de prestadores e trabalhadores envolvidos no dia a dia dos fluxos do terminal. A concessionária informou que "reduziu drasticamente os contratos com terceirizados". Foram cortados 23 contratos. Com isso, o número de trabalhadores terceirizados ligados aos prestadores passou de 789 para 240 postos, queda de 70%.
Fraport cortou terceirizados e seus funcionários assumiram funções em áreas como o canal de inspeção após o embarque
"Atividades antes realizadas por terceirizados foram absorvidas por funcionários da Fraport", disse a concessionária, também por nota. Hoje a empresa tem 237 empregados diretos, número que não sofreu corte. Trabalhadores da Fraport Brasil foram deslocados para atuar na supervisão do canal de inspeção (para embarque), nos balizamentos de aeronaves, na operação de empilhadeiras, na ponte de embarque e na operação e manutenção de bagagens.
Mesmo com a queda de atividade, que afeta diretamente a receita da operação, a Fraport comunicou, na semana passada, que mantém o ritmo das obras, como as do novo terminal de cargas, que teve início neste mês. O Terminal de Cargas Internacional (Teca) terá injeção de R$ 50 milhões, dobrando a área atual e elevando de 35 mil toneladas para 100 mil toneladas ao ano a capacidade de movimentação. O novo Teca, que fica pronto no segundo semestre de 2021, não é obrigação do contrato de concessão.
Além disso, são feitas as intervenções da ampliação da pista de pousos e decolagens, que será um fator decisivo no futuro para receber aeronaves com maior capacidade de passageiros (voos internacionais) e de carga. A obra, pelo contrato de concessão, tem de ser finalizada até dezembro de 2021. A ampliação elevará a pista dos atuais 2.280 metros para 3.200 metros.