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Economia

- Publicada em 07 de Junho de 2020 às 15:57

Pandemia reduz chance de permissionários disputarem concessão do Mercado Público, diz associação

Adriana comemora itens incluídos no edital, mas mostra dúvida sobre a operação 24 horas

Adriana comemora itens incluídos no edital, mas mostra dúvida sobre a operação 24 horas


MARIANA CARLESSO/JC
Patrícia Comunello
O lançamento do edital que abre oficialmente o processo de concessão do Mercado Público de Porto Alegre ao setor privado em meio à pandemia do novo coronavírus deve reduzir as chances de os atuais ocupantes de espaços do complexo entrarem na disputa. A projeção é da presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Adriana Kauer. Os mercadeiros, como são chamados os operadores de espaços, chegaram a ser procurados, em 2019, por investidores para compor um consórcio e entra na concorrência. A concessão será por 25 anos, com investimentos e gastos de operação de mais de R$ 85 milhões, segundo o edital. 
O lançamento do edital que abre oficialmente o processo de concessão do Mercado Público de Porto Alegre ao setor privado em meio à pandemia do novo coronavírus deve reduzir as chances de os atuais ocupantes de espaços do complexo entrarem na disputa. A projeção é da presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Adriana Kauer. Os mercadeiros, como são chamados os operadores de espaços, chegaram a ser procurados, em 2019, por investidores para compor um consórcio e entra na concorrência. A concessão será por 25 anos, com investimentos e gastos de operação de mais de R$ 85 milhões, segundo o edital. 
"Tinha um investidor conversando com a gente, mas, desde o início da pandemia, ele não nos procurou mais. Com a situação de crise, acredito que fique mais difícil. Para entrar em uma sociedade, precisamos colocar dinheiro, e o mercadeiro está descapitalizado", explicou Adriana, que pretende refazer o contato com o investidor para ver se manterá a intenção de entrar na disputa. A Ascomepc não pode entrar na concorrência porque é uma entidade sem fins lucrativos, mas os mercadeiros individualmente podem fazer parte de um consórcio que venha a se habilitar.
Em relação à concessão, a dirigente comenta que vai analisar com cuidado o edital, mas admite que as urgências maiores em ações e investimentos serão refazer as redes hidráulica e elétrica, que permitirá, por exemplo, reabrir o segundo piso, fechado desde o incêndio de 2013, que hoje reduz muito o potencial de arrecadação e receita. 
Sobre as regras do edital, Adriana aponta a garantia de quatro anos para que os atuais mercadeiros permaneçam como um dos aspectos mais importantes. Segundo ela, a medida atendeu a um pleito do setor. Além disso, forma colocados entraves para eventual manobra para forçar a retirada de algum mercadeiro, por meio de alguma oferta de locação muito elevada. O futuro concessionário terá prazo para ocupar o ponto, para que não fique vazio. O antigo locatário poderá voltar ao espaço, caso não haja novo explorador. 
Outras sugestões também contemplaram propostas da entidade e outros segmentos, como não poder usar carrinho de supermercado, não ter perfil de produtos típicos de shopping center (como confecções, eletrônicos etc) e ainda garantia de que franquias nascidas de operações do próprio mercado possam se manter. É o caso da Banca 40, de sorvetes, que lançou franquia para unidades fora do complexo. 
Mas um item preocupa, que é a da abertura 24 horas, que entrou como uma das principais mudanças para o futuro do espaço. Sobre a informação que chegou a ser lançada durante a transmissão por um dos dirigentes lojistas de que o mercado chegou a operar 24 horas no passado, Adriana garantiu que isso nunca ocorreu para todo o complexo, mas para alguns pontos de serviços, como bares e restaurantes mais ligados à boemia da Capital.
A expectativa é sobre quais segmentos deverão estar em uma operação por mais tempo, que deve ser definida pelo futuro concessionário. "Vamos deixar um açougue aberto para alguém ir lá comprar carne às 3h", exemplificou a presidente da associação, citando que a natureza de gestão familiar dos negócios, com menos mão de obra, limita ampliação da operação de muitos pontos.
No lançamento do edital, por meio de videoconferência, a associação não foi convidada para participar, enquanto outras entidades como CDL-POA, Sindilojas e Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) estavam. O prefeito Nelson Marchezan Júnior disse que um representante dos mercadeiros não foi chamado, pois o segmento "tem interesses financeiros privados" na concessão. "Ficamos sentidos. Temos interesse no mercado tanto quanto qualquer um dos representantes que estavam na transmissão", reagiu Adriana.
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