O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, abordou a estratégia de ações para combater a pandemia de coronavírus em mais um evento por meio digital do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). A entidade vem promovendo lives (transmissões ao vivo) com personalidades do meio político e empresarial.
Na sexta-feira (24), Leite falou sobre o Cenário atual nos estados e medidas em defesa à vida e à economia. Executivos e empresários de diversos setores da economia brasileira também fizeram questionamentos ao chefe do executivo gaúcho. O governador adotou um tom bem didático, buscando apresentar o plano de enfrentamento à Covid-19, com as etapas que foram implementadas.
Nas próximas semanas, a previsão é de alterar a estratégia de distanciamento social para controlado, usando indicadores e sistema de bandeiras com cores para sinalizar a condição em cada região e o nível de flexibilidade de funcionamento de setores, explicou Leite.
"Nosso governo elaborou uma matriz de riscos que mapeou, ao todo, 44 pontos de atenção. Eles foram divididos em diferentes indicadores para conhecermos qual o impacto real que pode ser causado e como podemos nos antecipar a eles", afirmou o governador, ao esclarecer como pretende reabrir a atividade comercial. Segundo ele, está sendo empregada uma estratégia "mista, modulada e pactuada com a sociedade".
"Vamos adotar o conceito de distanciamento controlado, o que não significa flexibilização aleatória do isolamento social, tampouco retorno à normalidade. Não existe oposição entre retomada da economia e segurança à vida humana. Se o nível de transmissão de uma região é menor, podemos adotar uma liberação controlada do isolamento com monitoramento intensivo dessa região", explicou o governador.
Leite criticou o papel da União na crise sanitária. "Temos uma relação adequada com o Ministério da Economia, que tem receio de passar um cheque em branco para os estados. Mas faltou uma proposta do Governo Federal. Daí o Câmara tomar à frente porque algo precisa ser feito. O colapso significa um preço ainda mais alto para a população. Temos de colocar em operação o regime de socorro aos estados", considerou.
O governador mostrou preocupação com a instabilidade em Brasília, após a saída do ex-juiz e agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Para ele, a situação prejudica o controle do coronavírus no País. “A situação política interfere no combate à pandemia. É preciso ter fôlego para enfrentar algo fora do ‘script’. Estado é uma coisa. Governo é outra. Com esse ambiente político tumultuado, parte da energia tem de ser destinada à conciliação. É importante saber fazer política para ter ousadia técnica”, defendeu.
Na mediação, estavam o chairman do Lide, Luiz Fernando Furlan, o presidente do grupo no Rio Grande do Sul, Eduardo Fernandez, e o diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto.