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Economia

- Publicada em 31 de Março de 2020 às 10:55

Cooperativas agrícolas têm finanças ameaçadas pela estiagem

Perdas na soja seguem avançado enquanto produtores esperam por ajuda para quitar dívidas que começam a vencer

Perdas na soja seguem avançado enquanto produtores esperam por ajuda para quitar dívidas que começam a vencer


VOLNEI SCHREINER/FETAG/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
As cooperativas agrícolas gaúchas, responsáveis por financiar boa parte das lavouras de soja do Estado, podem ter suas finanças abaladas pelas perdas com estiagem. De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), o setor colocou na última safra pelo menos R$ 2,5 bilhões em crédito para aos produtores, beneficiando mais de 100 mil agricultores, que agora terão dificuldades para cumprir os acordos.
As cooperativas agrícolas gaúchas, responsáveis por financiar boa parte das lavouras de soja do Estado, podem ter suas finanças abaladas pelas perdas com estiagem. De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), o setor colocou na última safra pelo menos R$ 2,5 bilhões em crédito para aos produtores, beneficiando mais de 100 mil agricultores, que agora terão dificuldades para cumprir os acordos.
O valor leva em conta apenas os valores detalhados por 21 cooperativas integrantes da federação, e chegariam a R$ 5 bilhões se somados também os recursos de tradings, cerealistas e revendas, por exemplo, estima o presidente da Fecoagro, Paulo Pires. O problema, explica Pires, é que sem estarem vinculados às linhas de financiamentos públicos do Plano Safra esses produtores não contam com a prorrogação automática das dívidas, como vem pleiteando o setor junto aos Ministérios da Agricultura e da Economia. Medida, por sinal, recentemente aprovada por seis meses em razão da pandemia de coronavírus.
Em reunião prevista para esta semana entre representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), a pauta principal é buscar uma linha de crédito para essas cooperativas, diz Pires. A ideia, diz o presidente da Fecoagro, é que as cooperativas tenham uma linha de crédito especial dando como garantia os recebíveis assinados pelos produtores.
“Não chegamos ao ministro da Economia Paulo Guedes, e é preciso uma decisão do Banco Central sobre o tema. Guedes não fala de problema na agricultura, que é localizado no Rio Grande do Sul. A nossa porta voz é a ministra da Agricultura (Tereza Cristina). A pauta da Economia é outra e temos dificuldade para implementar essas linhas de crédito”, lamenta Pires.
De acordo com o diretor de políticas agrícolas da Secretaria da Agricultura do Estado, Ivan Bonetti, as cooperativas tem papel fundamental na hora do plantio, já que financiam cerca de 40% das lavouras semeadas no Rio Grande do Sul. Bonetti avalia que reunião prevista para esta semana do Conselho Monetário Nacional (CMN) pode trazer uma resposta ao pleito.
Diretor técnica da Emater, Alencar Rugeri alerta que o Estado não teve registro significativo de chuva pelo menos desde o dia 9 de março _ salvo precipitações muito pontuais. Ou seja, são mais de 20 dias de sol agravando o cenário e ampliando perdas.
"Estamos finalizando um novo levantamento, que será enviado ao governo do Estado, porque no depois do levantamento feito em 9 de março não choveu mais no Rio Grande do Sul, praticamente foram 21 dias desde lá acumulando mais perdas, que já alcançavam pelo menos 32% da área plantada", lamenta Rugeri.
Estimativas de produtores e outras entidades do agronegócio, porém, já antecipam que os danos ultrapassam mais de 50% da safra, em média, no Rio Grande do Sul.
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