As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta quinta-feira (19), pelo segundo dia, com os mercados ainda otimistas com o acordo comercial entre Estados Unidos e China, anunciado na semana passada, mas sem euforia, diante da falta de informações e detalhes do pacto previsto para ser assinado em janeiro. As incertezas em relação ao Brexit influenciaram o humor dos investidores, que também acompanharam decisões dos bancos centrais da Suécia e Reino Unido.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em leve alta de 0,17%, em 415,07 pontos.
Os mercados internacionais continuam buscando informações sobre o andamento do pacto comercial sino-americano. Hoje, o Secretário de Tesouro nos Estados Unidos, Steven Mnuchin afirmou que está "confiante" de que a "fase 1" no acordo seja assinada já em janeiro, depois de passar por "revisões técnicas". Mas ponderou que o presidente americano, Donald Trump, ainda tem margem para elevar tarifas contra produtos chineses, caso a iniciativa fracasse.
A entrevista de Mnuchin à CNBC soou otimista, já que ele afirmou que as autoridades americanas estão "preparadas para trabalhar duro" por uma segunda fase no acordo comercial.
No Velho Continente, o Reino Unido assistiu a abertura das atividades do Parlamento, eleito no último dia 12. A rainha Elizabeth II afirmou que a prioridade do governo é a entrega do Brexit em janeiro de 2020. Ela também ressaltou a importância de se buscar um acordo comercial com a União Europeia, após a saída do Reino Unido do bloco.
E o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu, por sete votos a dois, manter a taxa básica de juros em 0,75%, em linha com as expectativas do mercado, mas sinalizou a possibilidade de apertos monetários no futuro. O BoE se comprometeu a continuar monitorando as respostas das empresas e famílias às condições econômicas, bem como o desenrolar do Brexit e as perspectivas de recuperação do crescimento global.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,44%, em 7.573,82 pontos. Destaque para ações do Anglo American, que tiveram valorização de 0,23%, e as da BP, que apresentaram alta de 0,91%.
Hoje, os investidores também acompanharam a decisão do Riksbank, o Banco Central da Suécia, de elevar sua taxa de juros de referência, de recompra, de -0,25% para 0,0%. Em comunicado, a instituição afirmou que sua projeção para a taxa de juros ficou inalterada nesta reunião e, portanto, deve permanecer em 0,0% "pelos próximos anos".
A análise feita pelo Citi diz que a decisão na Suécia serve de exemplo para outras nações e sugere que zero é o limite inferior para os juros em economias avançadas, como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. "Isso poderia, com o tempo, começar a pesar mais no pensamento do Banco Central Europeu (BCE)", cuja taxa de depósito está negativa, em -0,50%, apontam os analistas do banco.
Em Frankfurt, o índice DAX oscilou entre perdas e ganhos, mas acabou fechando em leve recuo de 0,08%, a 13.211,96 pontos. Entre as montadoras, as ações da Volkswagen caíram 1,44% e os papéis da Daimler recuaram 0,80%.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 fechou em alta de 0,21%, a 5.972,28 pontos, terminando na máxima do dia.
Em Milão, o índice FTSE MIB avançou 0,34%, a 23.708,94 pontos.
Já na Bolsa de Madri, o índice IBEX 35 fechou em leve queda de 0,05%, a 9.617,20 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI-20 encerrou o dia em alta de 0,33%, com 5.218,51 pontos, também na máxima do pregão.