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Economia

- Publicada em 11 de Dezembro de 2019 às 10:29

PIB do Rio Grande do Sul tem crescimento nulo no terceiro trimestre de 2019

Apesar de queda na indústria, a construção civil recuperou fôlego após cinco anos de queda no Estado

Apesar de queda na indústria, a construção civil recuperou fôlego após cinco anos de queda no Estado


MARCELO G. RIBEIRO/ARQUIVO/JC
Bruna Oliveira
A economia do Rio Grande do Sul registrou variação nula (0,0%) no terceiro trimestre de 2019 frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado quebra uma sequência de quatro trimestres de alta consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, em trajetória observada desde o terceiro trimestre de 2018 (5,6%).
A economia do Rio Grande do Sul registrou variação nula (0,0%) no terceiro trimestre de 2019 frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado quebra uma sequência de quatro trimestres de alta consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, em trajetória observada desde o terceiro trimestre de 2018 (5,6%).
O desempenho entre julho e setembro deste ano foi influenciado pela sazonalidade das principais lavouras do Estado, como soja e milho, e também pela desaceleração de alguns segmentos da indústria. No acumulado do ano, o PIB do RS acumula alta de 2,7%, acima da variação do Brasil, que foi de 1,0%.
O setor de serviços apresentou o melhor desempenho, positivo no Estado (1,4%) e também superior à média nacional (1,0%). A alta foi atenuada, porém, pelo comércio, que caiu 0,8%. Neste segmento, a maior baixa veio dos combustíveis, que variaram -17,9% na produção. Na contramão, o comércio de tecidos, vestuários e calçados somou alta de 12,6%.
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Variação por setor no 3° trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Fonte: Seplag-RS/DEE e IBGE
A estabilidade no PIB já era esperada pelos pesquisadores que calculam o dado, já que a base de comparação era alta no ano passado. "Variação nula não quer dizer que caiu", ponderou Martinho Roberto Lazzari, pesquisador da equipe do PIB do Departamento de Economia e Estatística (DEE), citando o saldo ainda positivo no acumulado do ano. "O crescimento ao longo de 2019 é bem vindo, mesmo que ainda não esteja no patamar de antes da crise. Há um longo caminho ainda a percorrer e a recuperação é lenta", avaliou Lazzari.
Embora a indústria tenha mostrado queda na análise setorial (-1,6%), a construção foi a boa notícia do setor. O segmento recuperou fôlego após 21 trimestres de queda no Estado (+2,2%). O estímulo para a alta ficou por conta do consumo, impulsionado pelos financiamentos imobiliários e pela queda nas taxas de juros aplicadas pelos bancos. "É um comportamento que parte do consumidor, já que na execução de obras públicas ainda não se vê retomada", destacou a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach.
Em relação ao trimestre anterior, o PIB do Estado apresentou queda de 0,5%, influenciado pelas quedas da agropecuária (-5,6%) e da indústria (-1,1%). Já os serviços cresceram, nesta base de comparação, 0,3% no período. O resultado do PIB no segundo trimestre foi revisado para 4,9%. 
A secretária de Planejamento, Leany Lemos, avaliou que o cenário é de "otimismo com cautela". Mas reforçou que as reformas aprovadas no País no segundo semestre refletem na conjuntura local do Estado, influenciando as decisões de consumo. "Temos condições de um otimismo para crescimento razoável no próximo ano, com esperança de recuperação de renda, emprego e arrecadação", projetou Leany. 
O resultado do PIB foi divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Foi a segunda divulgação do dado desde que o cálculo foi retomado pelo governo, após reatar o convênio de compartilhamento de informações com o Instituto Brasileiro de geografai e Estatística (IBGE), em setembro.
Antes da apresentação dos dados, os pesquisadores fizeram um minuto de silêncio em memória de Roberto Rocha, economista que foi responsável pelo cálculo do PIB e que faleceu no começo de novembro. Rocha foi lembrado pelos colegas, boa parte da equipe que antes era da extinta Fundação de Economia e Estatística.
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