Ao totalizarem US$ 923 milhões em novembro, o que representa um recuo de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, as exportações da indústria do Rio Grande do Sul seguem praticamente estagnadas em 2019. A análise por setores de atividades econômicas mostra que, dos 23 segmentos da indústria de transformação que registraram algum embarque no mês passado, 19 tiveram queda sob a base de comparação mensal.
"No acumulado do ano até novembro, as exportações industriais mostraram um avanço pequeno, de apenas 1,2%, se comparadas com o mesmo período de 2018", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, explicando que o resultado ainda é consequência da desaceleração sincronizada da economia mundial e das crises econômicas de parceiros regionais, como a Argentina.
Em novembro, os setores de tabaco (-35,4%), químicos (-18,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) foram os que mais contribuíram negativamente para a queda nas exportações industriais gaúchas. Tabaco sentiu o impacto de antecipações de embarques feitas em setembro e outubro. Os produtos químicos respondem à queda verificada no grupo de produtos químicos orgânicos (-18,4%), como adubos e fertilizantes, enquanto os números do grupo de veículos automotores ainda são reflexos da crise argentina.
Quem sente menos os impactos da crise é o setor de alimentos, com mais uma alta significativa, em conformidade com resultados anteriores: 38,6%, configurando o sétimo crescimento consecutivo sob a comparação mensal. O grupo de carne de frango in natura ( 119%) mais do que dobrou, enquanto os embarques de carne de suíno ( 88,3%) e carne de boi in natura ( 52,1%) aumentaram, porém menos do que na análise do mês de outubro, em decorrência de uma leve queda nos embarques para China.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2019, as exportações industriais acumularam US$ 11,2 bilhões. Entre os três principais países compradores de produtos gaúchos, houve queda de exportações para China (-12%) e Argentina (-38,4%), enquanto aumentaram os embarques para os Estados Unidos ( 12,9%).
Pelo lado das importações, o Estado adquiriu US$ 809 milhões em mercadorias, com retração de 22,2% ante novembro do ano passado. Por sua vez, no acumulado do ano até novembro, o Rio Grande do Sul importou US$ 9,2 bilhões, queda de 11,1% em comparação com igual período de 2018. Todas as grandes categorias econômicas apresentaram retração perante novembro de 2018: bens intermediários (-26,1%), bens de capital (-14,3%), combustíveis e lubrificantes (-13,8%) e bens de consumo (-20,3%). Destaque para o recuo de bens intermediários, puxado fortemente pela redução do consumo de insumos industriais elaborados (-23,8%).
Em relação aos dois meses anteriores, é importante destacar as recentes revisões realizadas na balança comercial pelo Ministério da Economia, motivada por uma falha de transmissão dos dados à Secretaria de Comércio Exterior. Com isso, o resultado de exportações industriais do Rio Grande do Sul de setembro e outubro foi alterado para