Os maiores bancos do País abriram a semana com ofertas especiais para quem quer passar a régua em 2019 com o nome limpo. No Rio Grande do Sul, o Banrisul participa da Semana de Negociação e Orientação Financeira abrindo três agências com horário estendido até a próxima sexta-feira (6) e disponibilizando descontos de até 90%.
O movimento ainda era baixo na agência Central do banco gaúcho, no Centro Histórico da Capital, na manhã desta segunda-feira (2). A expectativa é de que a procura aumente ao longo da semana, conforme as pessoas forem sabendo da oportunidade de renegociação, afirma João Machado, gerente-adjunto da agência Central, a maior do Banrisul em Porto Alegre.
O atendimento prolongado ocorre até as 20h nas agências Central (rua Capitão Montanha, 177, Centro Histórico), Shopping Total (avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1.281) e Shopping Praia de Belas (avenida Praia de Belas, 1.181, loja 1.020). A procura deve ser maior a partir das 16h, quando o banco atenderá exclusivamente clientes em busca de quitar suas dívidas.
As opções de negociação dependem do caso de cada cliente. O Banrisul oferece duas linhas de renegociação, uma para clientes inadimplentes ainda ativos, prevendo redução de juros e alongamento de prazos, e outra para os clientes já inativos, com créditos em liquidação. Nesse último caso, os descontos são maiores, podendo chegar a 90% para pagamento à vista, explica Machado. O banco ainda oferece parcelamento em até 96 meses e taxa de juros a partir de 0,69% ao mês.
O educador financeiro do Banrisul Robson Borba avalia que o mutirão é uma oportunidade para as pessoas também ficarem "mais sensibilizadas" sobre o seu dinheiro e suas condições financeiras. Borba circulou pelas agências participantes do programa nesta segunda, dando orientações aos clientes que buscavam negociar os débitos.
Educador financeiro Robson Borba diz que é preciso estar atento aos perigos do cheque especial. Foto Luiza Prado/JC
O analista cita duas dicas importantes ao inadimplentes. A primeira delas é limpar o nome. "Estar listado no SPC ou em qualquer outro sistema de proteção ao crédito fecha as portas para o consumir e contrair novos créditos, o que é ruim para a pessoa e para a economia", avalia Borba.
O segundo passo é procurar uma orientação financeira, alguém que ajude a sair do endividamento. "Aprender sobre dinheiro não é mais um conhecimento inacessível. Existe bastante material disponível na internet, do Banco Central a canais no Youtube, que falam do equilíbrio entre o que se ganha e o que se gasta", diz.
Borba acredita que o cenário de crise econômica colaborou para que mais pessoas contraíssem dívidas. No geral, grande parte do público que mais tem se endividado é formado por pessoas que ficaram desempregadas e foram trabalhar na economia informal, sem saber lidar com o dinheiro. Ele alerta para os perigos do cheque especial. "Por estar disponível, é a modalidade que as pessoas menos se preocupam em aprender", diz.