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Economia

- Publicada em 18 de Novembro de 2019 às 17:29

De carona no varejo, calçadistas esperam fechar 2019 em alta

Zero Grau, em Gramado, faz frente como uma das maiores feiras de calçados do País

Zero Grau, em Gramado, faz frente como uma das maiores feiras de calçados do País


DINARCI BORGES/DIVULGAÇÃO/JC
Bruna Oliveira
No embalo da recuperação do varejo brasileiro, que em setembro registrou o melhor mês em dez anos, o setor calçadista espera com otimismo, mesmo que de maneira ainda tímida, uma melhora nos negócios. A recuperação do setor, aguardada com mais força para 2020, tem reflexo sensível no Rio Grande do Sul. O Estado concentra duas mil empresas dentre toda a cadeia nacional calçadista, que soma seis mil ao todo, e responde por um terço do total de empregos no setor.
No embalo da recuperação do varejo brasileiro, que em setembro registrou o melhor mês em dez anos, o setor calçadista espera com otimismo, mesmo que de maneira ainda tímida, uma melhora nos negócios. A recuperação do setor, aguardada com mais força para 2020, tem reflexo sensível no Rio Grande do Sul. O Estado concentra duas mil empresas dentre toda a cadeia nacional calçadista, que soma seis mil ao todo, e responde por um terço do total de empregos no setor.
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A expectativa positiva pode ser sentida entre os corredores e estandes da Zero Grau, feira de calçados e acessórios que ocorre em Gramado, na serra gaúcha, desta segunda-feira (18) até quarta (20). De carona no turismo de negócios propiciado pela região, a Zero Grau faz frente como uma das maiores feiras de calçados do País. A edição deste ano reúne 320 expositores e 1,5 mil marcas nacionais, além de um grupo de 200 importadores.
Apesar de já mirar 2020, com o lançamento de linhas de outono-inverno, a exposição também contempla itens do chamado alto-verão, ofertando aos lojistas, praticamente, duas feiras em uma só. Para Frederico Pletch, diretor da Merkator, empresa que organiza a Zero Grau, o crescimento de 6% da mostra em espaço ocupado demonstra a aposta para que compradores do País todo saiam de Gramado com bons negócios fechados.
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Para Frederico Pletch (ao centro, de branco), crescimento da mostra demonstra a aposta em bons negócios. Foto Dinarci Borges/Divulgação/JC
"O foco é procurar por ofertas e pronta-entrega com desconto", comenta Giovana Fontes, gerente de produto da Pernambucanas e que veio de São Paulo para a feira. Aressa Fontes, gerente de estilo da mesma rede, acredita que as expectativas para 2020 ainda pedem cautela, por conta de 2019 não ter deslanchado como o esperado.
Embora faltando menos de 50 dias para o fim do ano, o comércio ainda conta com duas datas quentes pela frente, a Black Friday e o Natal. A Associação Brasileiras de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) projeta incremento de 5% nas vendas até o fim de 2019, recuperando as perdas das vendas de calçados no País até setembro, que caíram 0,3% ante o mesmo período de 2018.
Grande parte das marcas já passou a régua nos negócios para 2019. Algumas, porém, ainda fazem ações que possam suprir as necessidades dos lojistas no curto prazo, como é o caso do Grupo Ramarim. Davi Hergemoller, coordenador de produto da fabricante com sede em Nova Hartz, no Rio Grande do Sul, pontua que a marca teve incremento de vendas expressivo no Sudeste brasileiro. "É um sinalizador muito importante, por ser um mercado de grande peso no âmbito nacional", afirmou Hergemoller. O crescimento passou dos dois dígitos naquela região.
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Davi Hergemoller, coordenador da Ramarim, aponta que marca teve incremento expressivo no Sudeste. Foto: Bruna Oliveira/Especial/JC
Em termos de produção, a estimativa também é positiva, ainda que menor. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) espera crescimento de 3% na fabricação de calçados no fechamento de 2019. De acordo com a entidade, a produção nacional até setembro saltou 2,4% na comparação com o mesmo período de 2018.
O grande problema enfrentado pelo setor em 2019, no entanto, ficou por conta do mercado externo, reflexo direto da crise financeira argentina, explica o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. O país vizinho, que é o segundo maior mercado do produto brasileiro, reduziu significativamente o volume importado. As vendas ao exterior amarguram crescimento de apenas 0,6% em receita no acumulado até outubro. "Se tivéssemos mantido o mesmo patamar de crescimento do ano passado, nosso crescimento de exportação estaria em mais de 5,5%", diz Ferreira.
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