Atualiza às 17h de 08/11/2019
Os trabalhadores da usina da Gerdau em Charqueadas aceitaram a suspensão temporária dos contratos de trabalho, chamado de layoff, por cinco meses. A medida deve atingir cerca de cem dos 700 funcionários da planta da Aços Finos Piratini, projeta o Sindicato dos Metalúrgicos do município. A intenção da siderúrgica, segundo o sindicato, é de implantar a medida ainda em novembro.
O aval dos trabalhadores foi dado em assembleia na noite de sexta-feira (1) passada. Cerca de 300 funcionários foram à plenária na sede da entidade sindical. Segundo o presidente do sindicato, Jorge Luiz Silveira de Carvalho, oito demissões registradas nos dias que antecederam a plenária teriam gerado um clima de apreensão na fábrica, influenciando os participantes para aceitar a suspensão. Ele diz que acordo em vigor limita demissões de rotina a 1% do quadro.
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Carvalho atentou ainda para um impasse para oficializar o acordo. Na assembleia, os trabalhadores aprovaram a inclusão da estabilidade no emprego a quem ficar na operação, enquanto estiver em vigor a suspensão temporária. O sindicalista diz que essa condição teria sido aceita pela empresa. Só que o texto do acordo, enviado pela Gerdau ao sindicato, não teria contemplado o item.
O sindicalista diz que a medida foi inserida, pois em layoff anterior teriam sido efetivadas demissões após o fim do período. "Após os cinco meses, tudo pode acontecer", previne o presidente do sindicato.
O acordo foi assinado nessa quinta-feira (7), com a garantia de estabilidade por cinco meses do quadro. Com isso, enquanto estiver em vigor o layoff, a siderúrgica se comprometeu a não demitir.
Para colocar em prática a suspensão, a companhia tem de enviar a lista dos funcionários atingidos ao sindicato com 15 dias de antecedência à entrada em vigor do período de layoff. Enquanto fica fora da operação, o funcionário não recebe 13º salário e férias e não tem o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A Gerdau apresentou a proposta de layoff em meados do mês passado. Em nota, o grupo alegou que o programa "busca preservar os empregos existentes". Segundo a companhia, a decisão se deveu a planos da indústria automotiva no Brasil, principal consumidor de aços especiais, de conceder férias coletivas e buscar a redução de seus estoques, principalmente em razão da crise econômica argentina. O atendimento aos clientes "se manterá inalterado”, disse na nota.