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Morre o economista Roberto Rocha, que coordenou cálculo do PIB gaúcho
Rocha era um dos economistas mais requisitados para análise sobre a economia gaúcha
MARCELO G. RIBEIRO/JC
O Rio Grande do Sul perdeu um dos seus nomes mais importantes da área de produção de informações e análise, o economista Roberto Pereira da Rocha. O economista, ligado à antiga Fundação de Economia e Estatística (FEE), morreu nesta sexta-feira (1) aos 51 anos, após complicações decorrentes de um problema cardíaco.
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O Rio Grande do Sul perdeu um dos seus nomes mais importantes da área de produção de informações e análise, o economista Roberto Pereira da Rocha. O economista, ligado à antiga Fundação de Economia e Estatística (FEE), morreu nesta sexta-feira (1) aos 51 anos, após complicações decorrentes de um problema cardíaco.
Rocha estava internado havia alguns dias no Hospital São Lucas da Pucrs, em Porto Alegre. As despedidas de familiares e amigos ocorreram nesta sexta no cemitério João XXIII, na Capital. O economista deixa a esposa Roberta Alves e os filhos Thiago e Miguel.
Os funcionários da antiga FEE divulgaram nota sobre o falecimento. Rocha era um colega muito querido. Ele ingressou no quadro em 2010, após concurso público. Passou por funções de diretor administrativo, entre 2011 e 2015, e nos anos recentes era responsável pelo Núcleo de Contas Regionais, que faz a elaboração dos principais indicadores da economia gaúcha, como o Produto Interno Bruto (PIB).
O economista foi um dos mais atuantes na mobilização dos servidores durante a tramitação do projeto de extinção da FEE, proposta pelo governo de José Ivo Sartori (MDB, 2015-2018) e aprovada em fim de 2016 pela Assembleia Legislativa, e após a decisão para tentar reverter o fechamento da instituição, com mais de quatro décadas de história.
Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) em 2005 e mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), ele foi professor de Economia Política no Curso de Serviço Social da Ufrgs e teve passagens por outras faculdades gaúchas.
Em 2019, Rocha retomou a atividade de pesquisador no Núcleo de Contas Regionais, com o reforço do Departamento de Economia e Estatística (DEE), ligado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), que sucedeu boa parte das atividades da FEE. No começo de outubro, o economista fez a divulgação e análise do PIB trimestral, depois de quase dois anos que a antiga FEE deixou de liderar o cálculo. O economista estava bastante empolgado com as perspectivas de recompor base de dados e reativar as análises.
Na nota, os colegas definiram Rocha como "uma liderança insubstituível e combativa na defesa das fundações públicas do Estado duramente atacadas pelo Governo de José Ivo Sartori". "Com solidez técnica e compromisso público, Roberto suportou toda sorte de perseguições e conquistou a vitória de resgatar a produção do mais importante indicador da economia gaúcha para os pesquisadores da FEE", manifestaram os colegas.
O ex-presidente da FEE Adalmir Marquetti lembrou que foi ele quem avisou Rocha sobre o concurso da fundação. Os dois se encontrariam em 2011 na direção da fundação. Marquetti disse que o economista marcou seu período como diretor por um "trabalho compartilhado e bem democrático". "Rocha se tornou uma figura importante, conhecia as pessoas e a área técnica, sabia como a fundação funcionava. Trabalhamos juntos por quatro anos, de 2011 a 2015, e criamos uma amizade para além do trabalho", recorda o professor da Pucrs. "Ele estava muito feliz com a retomada da divulgação do PIB", finalizou Marquetti.
O ex-presidente do IBGE Roberto Olinto comentou, em áudio enviado à equipe da ex-FEE, que conheceu Rocha no trabalho do PIB devido ao convênio entre o instituto e a FEE, depois cancelado com a extinção. "Nos aproximamos mais quando houve a tentativa de terminar com a FEE. O Roberto teve uma luta incrível para mostrar o impacto negativo disso. Ele vivia um momento de glória com a retomada do trabalho e do convênio. Ele faleceu quando nós, e principalmente ele, havíamos terminado o processo de reinstitucionalização das contas regionais", completa Olinto.
Para a imprensa que acompanha a economia no Estado, Rocha era uma das fontes mais requisitadas pelo seu conhecimento, disponibilidade e clareza nas análises. A redação do Jornal do Comércio sempre buscava o economista devido à sua seriedade e credibilidade nas explicações e disposição em colaborar com produção de dados para fomentar reportagens mais aprofundadas.
Em vídeo, Rocha comentou em 2017 de forma didática o impacto dos dados do PIB, num período sem crescimento. "Deu 0 a 0", resumiu ele, em conversa no JC.