As principais commodities no exterior cedem e atingem as principais ações do Ibovespa: petróleo cai quase 2% e o minério de ferro fechou com recuo de 0,54% na China. Às 11h28min, o Ibovespa caía 0,34%, aos 103.060 pontos.
"Havia uma expectativa positiva em relação ao andamento das conversas sino-americanas, mas agora a crítica do presidente dos EUA complica, e a China não se intimidou. Isso pode atrasar ainda mais essa questão que já vem se arrastando há tempos", diz um operador.
Em discurso ontem na Assembleia Geral da ONU, Trump, voltou a acusar a China de manipular o câmbio e disse que não aceitará um acordo comercial "ruim" com o país asiático. Um dia antes, havia a expectativa de que as duas partes iriam retomar negociações comerciais em duas semanas.
Em resposta aos comentários de Trump, a China alertou que a separação das economias chinesa e norte-americana é uma rota que levaria a "problemas infinitos" para ambos os países.
"O desempenho lá fora não é muito bom, o exterior pesa na Bolsa, mas não acredito em perdas significativas, pois ontem Nova Iorque sentiu essas questões, enquanto o Ibovespa já havia fechado. Nesta quarta, os índices futuros cedem, mas nem tanto. Então, a queda na Bolsa brasileira pode não ser tão expressiva", completa o profissional.
Além da questão externa, o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, acrescenta que a incerteza em relação ao avanço da reforma da Previdência gera mal estar. "Ninguém contava com um fato novo, como esse atraso", diz.
Conforme ele, se a agenda for atrasada em um torno de uma semana, isso não tende a atrapalhar, a provocar desconforto. "Mas acaba gerando algum ruído, alguma incerteza", afirma. No entanto, se o processo se arrastar, se houver retrocesso, podem comprometer a agenda reformista.
Em Nova Iorque, os índices acionários tinham sinais mistos, com leve alta do Dow Jones e quedas de 0,41% do Nasdaq e de 0,21% do S&P 500, enquanto as bolsas europeias tinham declínio significativo, em meio a dúvidas sobre o Brexit.