A construção civil dá sinais de que está recuperando o vigor do período pré-crise econômica, mas ainda em ritmo lento. Essa é a conclusão da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em agosto, o índice de evolução da atividade do setor cresceu 0,8 ponto, atingindo 49,2 pontos. O índice de evolução do número de empregados subiu 0,6 ponto, para 49,9 pontos.
Apesar de os indicadores ainda estarem abaixo dos 50 pontos, o que indica que o setor ainda "encolhe", eles mostram melhora em todos os meses de 2019, acompanhado de otimismo dos empresários com o futuro próximo.
A pesquisa mostra que os indicadores de evolução do número de empregados e do nível de atividade alcançaram o maior patamar em seis anos. "Ainda que emprego e ritmo de atividade das empresas continuem recuando, isso ocorre no menor nível desde 2013, e, em 2019, observamos melhora nos indicadores em todos os meses do ano", analisa a economista da CNI Dea Fioravante.
Já a ociosidade continua elevada segundo a pesquisa. Em agosto, a utilização da capacidade operacional (UCO) ficou em 58%, uma alta de um ponto percentual frente a julho e dois pontos em relação ao registrado há 12 meses.
A intenção de investimento do empresário da construção civil continua volátil, aponta a pesquisa. Em agosto, o indicador que mede a intenção de investir subiu para 37,2 pontos. O indicador varia de 0 a 100 pontos e, quanto maior o valor, maior a disposição em investir. "A intenção de investimento registrou bom aumento em agosto, mas o indicador tem oscilado muito neste ano, mostra uma tendência crescente, mas não sustentável na propensão a investir do empresário", analisa Dea.
O levantamento mostra otimismo em relação ao futuro próximo. As expectativas do setor são positivas em relação ao nível de atividade e à compra de insumos e matérias-primas. Esses indicadores subiram para 54,8 pontos e 53,7 pontos, respectivamente, sinalizando expectativa de aumento de demanda nos próximos seis meses. Já os indicadores de novos empreendimentos e serviços tiveram leve recuo, de 0,6 ponto e de 0,2 ponto, respectivamente.
A Sondagem da Construção Civil foi realizada entre os dias 2 e 12 de setembro, e ouviu 523 empresas do setor.