Reviravolta na condução do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada em 2018 por R$ 3,3 milhões anuais para fazer principalmente o PIB, deixa de fazer o trabalho do indicador. Enquanto isso, 16 meses depois de cancelar o repasse de informações ao Rio Grande do Sul, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltará a fornecer dados para o cálculo do principal indicador da economia, que é o PIB.
O governo estadual assina na manhã desta sexta-feira (13) com o órgão um convênio para reatar a parceria. O repasse foi suspenso em maio do ano passado após ser feita a desativação da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que atuou por mais de 40 anos na área e que teve a extinção aprovada pela Assembleia Legislativa em fim de 2016. Além da FEE, outras fundações tiveram o mesmo destino.
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A lacuna de quase um ano e meio afetou o cálculo do indicador, pois muitas informações primárias que são liberadas pelo IBGE não estavam chegando à Fipe. Além disso, medida da Justiça impede desde meados de 2018 o pagamento da fundação com sede em São Paulo. Para ter uma área que pudesse ficar com técnicos da antiga FEE - que não foram desligados por decisão da Justiça do Trabalho, o Estado havia criado no governo anterior o Departamento de Economia e Estatística (DEE). A Fipe chegou a elaborar algumas séries do PIB, mas houve questionamentos de áreas de universidades sobre a credibilidade, por não seguir a metodologia anterior.
Desde que o governo de Eduardo Leite assumiu, ocorre uma progressiva recomposição da gestão e execução de indicadores e pesquisas pela área de carreira, com o DEE à frente. A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), onde está o departamento, repactuou o contrato com a Fipe, reduzindo muito o volume de entregas. O valor que restou e também a situação do passivo - já que a fundação contratata nunca recebeu pelos trabalhos já feitos - devem ser explicados pela titular da pasta, Leany Lemos, nesta sexta.
O compartilhamento de dados com o IBGE, que será reativado com a assinatura do acordo de cooperação com a principal instituição de pesquisa estatística do Brasil, vai permitir o cálculo do (PIB trimestral e anual do Estado e dos municípios. Estes indicadores são essenciais para saber a condição da atividade econômica e também é o mais relevante para estudos feitos por outras entidades.