Com expectativa de melhora da economia no segundo semestre deste ano, empresários do setor hoteleiro esperam também um aumento na movimentação de hotéis, especialmente no turismo de negócios que representa 72,2% das hospedagens do Rio Grande do Sul. Os dados fazem parte de uma pesquisa sobre o setor realizada pela Fecomércio/RS com 385 hotéis gaúchos, e divulgada ontem em evento promovido pelo Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel).
Segundo Manuel Suárez, presidente do Sindihotel, o setor tem no turismo corporativo o foco principal de investimento para o próximo ano. "Quando a economia anda bem, a hotelaria usufrui desse benefício", analisa Suárez. Segundo ele, "a confiança que o empreendedor tem em seus negócios reflete em hospedagem corporativa e eventos se sucedem com mais frequência". O turismo de negócios encabeça disparado as hospedagens, enquanto o turismo de lazer representa 26,8% do total e o turismo de saúde apenas 1%.
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O presidente da entidade destaca que uma das principais medidas, especialmente quando se trata de atender ao setor corporativo, é oferecer internet de qualidade nos hotéis. "Se o executivo vai a um hotel e não tem acesso à internet, ele vai procurar outro estabelecimento", afirma.
A pesquisa mostra que 61,3% dos empresários acreditam que os principais problemas enfrentados pela área são relacionados à crise econômica que afeta o País desde 2014. Ela também aponta que 40,5% dos entrevistados consideraram regular o desempenho do setor nos primeiros seis meses deste ano, 30,6% consideraram bom e 16% consideraram ruim.
Já para o segundo semestre do ano, a expectativa de 40% dos entrevistados é que as vendas melhorem muito, 33% acreditam que vai melhorar um pouco, 24,4% preveem que a situação se manterá estável e 2,6% que vai piorar um pouco. O otimismo também se mantém com as expectativas em relação à economia nacional, com 34,3% acreditando em uma melhora expressiva, e 32,2% que melhore um pouco. Suárez espera que os próximos meses de 2019 serão momentos sem oscilações.
O diretor regional do Senac/RS, José Paulo da Rosa, diz que as expectativas positivas na área fazem parte de um otimismo "natural" dos empresários. "Se o empreendedor não for otimista ele larga tudo e vai para casa", afirma. "É o que faz com que o segmento espere que a situação vá melhorar, que a economia reaqueça e que os índices de ocupação passem a ser maiores".
Rosa acredita que o segmento de hotelaria é "um pouco ortodoxo e tradicional", e por isso os empresários devem aprimorar seus serviços e se adequar a uma realidade mais competitiva. A pesquisa demonstrou que o segundo maior meio de acesso dos clientes aos hotéis são sites como Booking e Decolar, que chegaram faz pouco tempo. "É preciso se adaptar aos novos tempos e perceber como o cliente se relaciona com os hotéis."