Ainda otimista com o crescimento do País e projetando um avanço no PIB do terceiro trimestre de 2019 superior ao do segundo, o economista Ricardo Amorim alerta para a necessidade de maior cuidado com as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. Em Porto Alegre a convite da Unimed, ele realizou palestra nesta quinta-feira sobre a conjuntura econômica brasileira e as perspectivas para o setor de saúde no País.
Com variação positiva de 0,4% no segundo trimestre deste ano, o PIB está amparado principalmente nos investimentos internos já que os investidores estrangeiros ainda não tiraram o pé do freio. "No começo do ano o problema eram as brigas internas. De um mês para cá, ele (Jair Bolsonaro) já brigou com o (Emmanuel) Macron (presidente da França) e acabou de falar bobagem a respeito do Chile", lembra Amorim.
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Para que o Brasil volte a atrair investimentos estrangeiros será necessário o fim de conflitos gerados por declarações da equipe do governo e a dissolução de uma crise econômica global bastante iminente, projeta o economista. "Se houver uma recessão global, o que eu julgo possível, cessa o investimento no mundo inteiro. E aí não adianta o Brasil estar com a casa arrumada, porque não vai ter dinheiro para ninguém", lamenta.
Mesmo reticente sobre a real possibilidade de uma mudança de comportamento, Amorim continua acreditando na aceleração da economia. "Isso acontecendo, e aliás já começou a acontecer, começamos a ter mais geração de emprego formal, o que gera um aumento no número de pessoas seguradas por planos de saúde", projeta o economista.
Porém, paralelamente ao aumento no número de usuários, o setor de saúde deve passar por uma reorganização rumo ao que chama de "modelo de remuneração por resultado".
A ideia é que o novo sistema priorize o médico que tem bons índices de pacientes com a saúde em dia e que os usuários façam um uso mais consciente dos benefícios dos planos, dentre outros pontos detalhados.