A Argentina voltou, na sexta-feira, ao foco das agências de classificação de risco: a Fitch e a Moody's rebaixaram a nota do país a "RD", ou calote restrito, e "Caa2", ou à beira da moratória, respectivamente. Segundo a Fitch, a Argentina está em default de suas obrigações soberanas, e o plano do governo foi unilateral, representando uma troca de dívida problemática. A Moody's explicou que o rebaixamento reflete o aumento das expectativas de perdas para investidores, devido às crescentes pressões nas finanças do governo.
Já a Standard & Poor's (S&P), que, na quinta-feira, havia rebaixado a Argentina a "SD" (calote seletivo), elevou a nota da dívida soberana para "CCC-", inadimplemento próximo. A reavaliação foi por critérios técnicos, devido à divulgação, pelo governo argentino, de um novo cronograma para o pagamento das dívidas.
O Banco Central argentino anunciou, na sexta-feira, que as instituições financeiras precisarão de autorização prévia para distribuir seus lucros. O BC ainda estabeleceu medidas para garantir a liquidez de fundos de investimento.
Os bancos, agora, poderão negociar seus fundos entre si, o que não era permitido. Com isso, o BC tenta acalmar os mercados: na quinta-feira, vários fundos de investimento suspenderam os resgates, até que tivessem uma visão mais clara da situação econômica.
O BC também prometeu comprar títulos locais detidos pelos bancos.
Com a turbulência financeira, o risco-país da Argentina voltou a subir. O índice, apurado pelo banco JPMorgan, subiu 261 pontos, a 2.533 pontos centesimais, o maior nível desde 2005.