A CMPC produz produtos de madeira maciça, celulose, papel, produtos de embalagens, produtos sanitários, de higiene e limpeza e lenços de papel em oito países da América Latina. Em 2018, somou um fluxo de caixa livre de US$ 702 milhões - crescimento bastante expressivo em relação aos US$ 447 milhões do ano de 2017. O aumento, conforme a companhia, está relacionado com a maior geração de Ebitda durante o ano, composto por impostos superiores, dividendos e um aumento do capital de trabalho. Da mesma forma, o caixa da empresa em 2018 fechou em US$ 968 milhões - 16% superior ao ano anterior.
No Brasil, a CMPC produz 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. A planta de Guaíba quadruplicou a sua produção desde 2015 com a expansão da fábrica. Do total produzido, 90% é exportado.
Reforçar a adoção de soluções da indústria 4.0 por meio de modelos de aprendizado de máquina em operações industriais, soluções preditivas de manutenção e otimização de produção e custo está no topo dos projetos futuros. Um dos fatores que já está impulsionando o aumento na demanda por produtos com matéria-prima oriunda de papel é a onda de substituição das sacolas e embalagens plásticas. No Chile, por exemplo, as sacolas plásticas já não são fornecidas nas lojas e supermercados. Mesmo assim, este ainda não é um foco da companhia, salienta o CEO.
Outro plano que vem sendo executado pela empresa em solo gaúcho é a expansão do trabalho social que, no Chile, é desenvolvido pela Fundación CMPC. No Brasil, o Instituto CMPC irá realizar trabalhos com foco na educação, geração de renda e qualidade de vida.
Produção industrial encolhe 1,6% no 1º semestre
A produção industrial brasileira encolheu 1,6% nos seis primeiros meses deste ano. Essa queda é explicada, principalmente, pelos efeitos negativos do acidente da Vale em Brumadinho, em janeiro, sobre a indústria extrativa. Esse segmento encolheu 13,7% no período, devido a uma menor extração de minério de ferro.
Segundo o IBGE, se o resultado negativo do segmento extrativo fosse eliminado, a indústria, como um todo, teria leve expansão de 0,2% no primeiro semestre, em vez de queda de 1,6%.
"O primeiro semestre de 2018, mesmo com o efeito da greve dos caminhoneiros, foi positivo para a indústria. Mas, depois disso, a produção vem desacelerando. Ela ficou estável no segundo semestre do ano passado e, agora, negativa nos primeiros seis meses de 2019", explicou André Macedo, gerente de Produção Industrial do IBGE.
Em relação a maio, a produção industrial encolheu 0,6% em junho. Na comparação com junho do ano passado, quando houve a greve dos caminhoneiros, a produção retraiu 5,9% e, em 12 meses, o setor acumula queda de 0,8%.
No semestre, as contribuições negativas para o resultado geral da indústria também vieram do encolhimento de 6,6% da produção de equipamentos eletrônicos, da queda de 10,4% de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos; e de outros equipamentos de transportes, segmento que caiu 11,2%.
Quando observados os grandes grupos da indústria, no primeiro semestre do ano, bens intermediários, que diz respeito à produção de matérias-primas, encolheu 2,7%, em razão da menor produção de minério de ferro. Mais um efeito tragédia em Brumadinho.
Segundo Macedo, também pesou negativamente nesse grupo uma menor produção de alimentos. Os outros três grupos tiveram resultados positivos. Bens de consumo semiduráveis, que reflete diretamente o consumo diário das famílias teve leve alta de 0,1%. Bens de capital, que reflete investimentos, cresceu 0,9%. E bens de consumo duráveis expandiu 1,8% nos primeiros seis meses do ano, puxada por um maior consumo interno de automóveis e eletrodomésticos da linha branca.
Nesta quinta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também divulgou dados sobre o desempenho do setor no primeiro semestre do ano. O faturamento do setor teve queda de 1%, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis e o emprego teve leve queda de 0,1%, em relação aos primeiros seis meses de 2018. A utilização da capacidade instalada caiu 0,7 ponto percentual na comparação com maio, atingindo 77,2% em junho.