O Ibovespa opera em queda já na marca dos 98 mil pontos, após abertura dos mercados acionários em Nova Iorque, que retraem-se demonstrando cautela com o contexto da economia global. Ao mesmo tempo, o índice da Bolsa doméstica sofre reflexo da crise que se instalou na vizinha Argentina.
"O mercado dá continuidade ao contexto de temores sobre a economia mundial, mas, os emergentes estão sofrendo mais. A contaminação da Argentina imprime uma aversão ao risco por aqui", diz um economista de uma corretora. Às 11h25min, a B3 apresentava queda de 0,02%, batendo nos 99.446 pontos.
A crise política na Argentina tem assolado os ativos financeiros do país e segue como um limitador ao desempenho da bolsa brasileira. Nessa segunda-feira (19), apesar das fortes altas registradas nas bolsas globais, o Ibovespa sofreu ainda com a proximidade de seu vizinho emergente.
Pela manhã, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, deu posse ao novo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, pedindo que o economista construa "todos os canais e pontes de diálogo possíveis, com pessoas e setores", para reduzir as incertezas geradas pelo atual processo eleitoral. Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central do país, Guido Sandleris, afirmou que seguirá intervindo no mercado cambial.
Um pouco mais cedo, Sandleris disse que a instituição continuará intervindo no mercado de câmbio por meio de leilões de dólares, que ultrapassaram US$ 500 milhões na semana passada, para defender a cotação do peso argentino.
Segundo ele, o BC argentino vai manter sua política monetária restritiva e fará o possível para conter a volatilidade dos mercados e garantir a estabilidade financeira do país. Em Nova Iorque, as bolsas abriram em baixa com a continuidade de incertezas de investidores sobre recessão global, muito embora, existam sinalizações firmes de que haverão estímulos tanto por parte do governo chinês quanto alemão e norte-americano.
Ainda assim, investidores internacionais expressam cautela, pois estão preocupados que o mundo ingresse numa recessão, provocada especialmente pelo contencioso comercial entre Washington e Pequim.