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Espanha libera visto de estudo de idioma que dá direito a trabalho
Com novidade, agências incrementam venda de programas de intercâmbio para brasileiros que quiserem aproveitar a oportunidade
Na lista dos países mais procurados pelos brasileiros que querem morar na Europa, a Espanha abriu recentemente mais uma porta de entrada, com a liberação de visto de estudo de idioma que dá direito a trabalho. Com a notícia, operadoras e agências de intercâmbio começam a incrementar produtos que possibilitem a experiência no exterior para jovens adultos. Contando com "várias" escolas de idioma parceiras na Espanha, a paulista Roda Mundo foi uma das primeiras a formatar um programa para estudantes que tenham este propósito de vivência naquele destino. "Mal esta facilidade foi anunciada pelo governo espanhol - há dois meses -, e já contamos com 10 estudantes brasileiros em processo de aquisição do programa de curso de idioma ou em fase de encaminhamento de documentos necessários", comenta o responsável pelo marketing da operadora, Lucas Cunha.
Diferencial que somente a Irlanda e Malta ofereciam até então na Europa, poder trabalhar por 20 horas semanais enquanto estuda um idioma, é uma oportunidade de amenizar, por exemplo, os custos com moradia e alimentação para aqueles que investirem no intercâmbio. "É uma boa notícia, que abre leque maior de oportunidade de vendas com foco nos cursos de espanhol", comenta a diretora da filial gaúcha da agência Experimento (braço da CVC), Carla Mussoi. "Apesar de ser um dos países mais buscados para intercâmbio da língua espanhola, a busca por intercâmbio na Espanha ainda representa 10% do total de vendas da Experimento para o destino."
"O intercâmbio de trabalho e estudo é a oportunidade ideal para o viajante sair da zona de conforto e expandir seus horizontes pessoais e profissionais através de uma imersão completa na rotina de um destino diferente", argumenta a supervisora de Relacionamento da CI, Ana Flora Bestetti. ""Estamos lançando um programa para trabalhar e estudar na Espanha que contempla oito cidades, incluindo Barcelona e Madri", anuncia.
Para conseguir o visto de estudante de idioma com direito a trabalho em algum destino espanhol é preciso, além de documentação específica, apresentar extrato bancário mensal com valor mínimo equivalente a 100% do IPREM, índice que alcança € 537,84. "Como as agências vendem o curso, mas não garantem o emprego lá fora, o viajante tem que provar que terá suporte financeiro para se manter por lá durante cinco meses", explica Cunha. "A idade mínima é de 18 anos e o estudante não pode trabalhar na área médica, jurídica ou qualquer profissão que exija a convalidação", completa a diretora da Experimento, reforçando que é o intercambista quem será o responsável por conseguir trabalho no destino. A agência disponibiliza apenas o curso de 20 semanas (no mínimo). Cabe ao estudante inclusive o trâmite da documentação junto ao consulado da Espanha.
Segundo Carla, o valor do programa de estudo com trabalho varia de acordo com a cotação do euro. "Contabilizando o curso de 20 semanas e a acomodação em casa de família (que inclui quarto individual com café da manhã e janta), o intercâmbio custa a partir de R$ 25 mil, sem incluir as despesas com o transporte aéreo", resume.
Além disso, destaca Lucas Cunha, um dos desafios de quem busca o programa é que o estudante tem a permissão do trabalho, "mas não necessariamente a certeza que vai trabalhar".
Poucos destinos permitem emprego de estudantes
Hoje em dia, apenas outros dois países da Europa permitem que um aluno de curso de idioma procure trabalho no destino: Irlanda e Malta. Além disso, Austrália e Nova Zelândia, na Oceania; e Dubai, nos Emirados Árabes possibilitam a experiência. "Para estudar e trabalhar na Espanha, o estudante precisa se inscrever em um curso de 20 aulas semanais de espanhol pelo período de cinco a seis meses e solicitar junto ao consulado da Espanha no Brasil o visto de estudante, mediante comprovação de renda", explica a diretora da Experimento Intercâmbio, Carla Mussoi.
O próximo passo é o aluno embarcar para a Espanha e se apresentar na Oficina de Estranjeria para tirar a NIE (carteira de identidade para estrangeiros). "Essa carteira demora em torno de três meses para ser entregue ao estudante", observa Carla. Importante frisar que o NIE é apenas o número de identificação do estrangeiro na Espanha, não dando o direito de trabalho. De acordo com o Consulado daquele país em Porto Alegre, para trabalhar na Espanha é necessário obter um visto de “residência e trabalho”.
"A Roda Mundo ajuda por ser representante da escola - cuja frequência dá permissão diante do visto, e as escolas em geral fazem workshop com dicas de como fazer o currículo e como se comportar para conseguir vaga de trabalho", explica o responsável de Marketing da empresa, Lucas Cunha. A operadora oferece programa de seis meses - 25 semanas - com mínimo de 20 horas semanais de estudo da língua espanhola, incluindo quatro semanas de férias no destino e quatro semanas de acomodação em apartamento compartilhado. O custo do programa é de R$ 16 mil. Já a CI oferece 22 semanas com a possibilidade de quatro semanas de férias. "Em breve, teremos uma residência estudantil para hospedar os estudantes, mas ainda estamos em processo de implementação", comenta a supervisora de Relacionamento da CI, Ana Flora Bestetti. O programa da CI oferece oportunidades de estudo em Barcelona, Madri, Málaga, Valência, Salamanca, Granada, Alicante e Sevilha. "O país é palco de uma grande mistura cultural e está na vanguarda de artes, gastronomia, moda e design, além de possuir museus, castelos, palácios e paisagens naturais incríveis - é uma oportunidade muito bacana", opina Ana. "Além disso, o mercado brasileiro exige cada vez mais que além do inglês, os profissionais saibam falar o espanhol. Este é o pré-requisito, por exemplo, para a conquista de vagas de emprego de responsabilidade Latam em multinacionais."
O custo de vida médio na Espanha gira em torno de € 600 por semana, sendo que os salários giram em torno de € 12/hora, ou seja, aproximadamente € 960 mensais trabalhando 20 horas semanais. "O viajante precisa considerar os custos de acomodação, transporte, alimentação e gastos com telefone celular e internet", comenta Verônica Santos, coordenadora de produto da CI.