A Justiça de Sapiranga, no Vale dos Sinos, autorizou o começo do processo da recuperação judicial (RJ)
pedida pela Paquetá, a Paquetá The Shoe Company. A decisão de processamento do pedido, que oficialmente deflagra os passos que compõem o mecanismo da RJ, foi nesta quinta-feira (27). A companhia, uma das gigantes do setor no Brasil e com sede no Rio Grande do Sul, alegou endividamento de R$ 638,5 milhões para um faturamento anual de R$ 1,3 bilhão.
O advogado que assessora o pedido, Márcio Carpena, disse que já esperava o deferimento do processamento. "A decisão judicial inclusive pontuou que, cotejando o passivo em aberto com a capacidade de geração de receita, há indicação de que 'a recuperação mostra-se viável ao caso concreto'", destacou Carpena.
O administrador judicial será Rafael Brizola Marques, que acompanhará e fiscalizará as medidas e cumprimento do que prevê a RJ. Aceito o pedido de RJ, começa a contar o prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação.
O grupo calçadista, que tem operações no exterior, é dona de marcas como Dumond, Capodarte e Ortopé, licenciada para fabricar a marca Adidas e com redes de varejo no Sul - Gaston e Paquetá -, e no Nordeste, a Esposende. O grupo alega que a crise dos últimos anos afetou muitas indústrias nacionais, e que a Paquetá, que tem 11 fábricas, sentiu fortemente o problema. Segundo o advogado, já haveria fundos internacionais investidores interessados em fazer aportes na companhia.