O Brasil tem dois gargalos que se tornam barreiras reais para "vencer na era digital" e estão no baixo investimento no ecossistema de startups e em educação, advertiu o presidente da Cisco no Brasil, Laércio Albuquerque, nesta terça-feira (23) em teleconferência para jornalistas da América Latina no Rio de Janeiro.
Albuquerque explicou que na área da educação não é mais aportes em sistema, mas "como preparar a população para poder aproveitar os empregos do futuro", definiu o CEO. A situação do Brasil nos dois itens citados pelo executivo aparece em um relatório que a companhia de tecnologia formatou sobre como 118 países estão se preparando para encarar a era digital.
Albuquerque diz que são analisados oito pontos para chegar a um veredicto dos países. "Nenhum país da América Latina está no nível mais alto. Terão de investir para crescer", reforça o CEO. "Quando falo com governos e ministros (no Brasil), digo que precisamos investir nestes dois pontos: startups e educação", comentou o executivo.
O encontro com jornalistas - o Jornal do Comércio é o único do Sul do Brasil a estar na agenda - apresenta o Centro de Co-Inovação (COI) no Rio, único na AL e onde estão diversas soluções em áreas que vão da educação, esportes, saúde, varejo e indústria, como de óleo e gás.
Uma das características da Cisco é investir e fazer aquisições de startups e empresas que inovam. O forte é o que chamam de parcerias. O diretor do COI, Eugenio Pimenta, comentou que em março a empresa criou no Brasil uma empresa de venture capital, a Decibel, para poder incrementar os investimentos para startps.
Outro detalhe que Pimenta destacou é a relação entre fundadores das empresas inovadoras que são adquiridas com a Cisco. "Hoje 70% a 80% dos fundadores (das startups) estão na Cisco. eles estão no board como executivos", explica o diretor do COI.