A EDP Brasil, empresa do setor elétrico que opera em toda a cadeia de valor, vai inaugurar em Porto Alegre o seu primeiro EDP Lab do País. Os projetos começarão a ser desenvolvidos a partir do dia 24 de abril. O espaço ficará no Flowork, coworking de Porto Alegre. Cerca de 10 pessoas vão atuar simultaneamente em produtos e soluções para os clientes da EDP, dentro de uma lógica de métodos ágeis e design thinking. "A nossa ideia é estar perto de startups que possam nos ajudar a desenvolver projetos com maior agilidade", conta o analista da EDP Soluções, Jonas Mai.
O primeiro desafio já foi lançado: o desenvolvimento de uma solução de Internet das Coisas (IoT) para viabilizar o conceito de uma casa conectada. A meta é a criação de um aparelho que faça a medição do consumo de energia com a instalação de um único aparelho. Hoje o time da empresa precisa instalar e medir vários equipamentos dentro das residências, o que não é prático e acaba sendo invasivo.
"Existe um roadmap de projetos que vamos buscar, mas primeiro queremos atacar essa dor do nosso consumidor residencial e comercial", explica o gestor. Depois de selecionadas as empresas, a EDP Ventures Brasil - braço de investimentos de capital de risco, vai decidir qual estratégia adotar, se aquisição ou investimento. Não será aberta seleção para atrair as startups - a ideia é que elas se aproximem por meio de networking.
A decisão de montar o primeiro laboratório na Capital se deve ao fato de que já estão aqui as áreas técnicas e de eficiência energética da companhia no País, além da percepção dos gestores de que o ecossistema de inovação da Região Sul está em evolução. "Queremos criar o eixo Porto Alegre-Florianópolis, que reúne muitas startups e empresas de inovação, e não ficar apenas entre São Paulo e Rio de Janeiro", comenta Mai.
A EDP tem matriz em Lisboa, Portugal. A empresa já está há 20 anos no Brasil e possui seis unidades de geração hidrelétrica e uma termelétrica, atendendo cerca de 3,4 milhões de clientes em suas distribuidoras em São Paulo e no Espírito Santo. Recentemente, tornou-se a principal acionista da Celesc, em Santa Catarina.
A partir do sucesso dos projetos EDP Open Innovation e EDP Starter Brasil e Espanha, foi criado o Starter Acceleration Program, com módulos na América Latina, América do Norte e Europa. A final será no Web Summit, em Lisboa. A meta é atrair startups com tecnologias inovadoras e adaptáveis ao setor de energia e ao negócio da empresa. "Queremos alavancar as nossas interações com essas empresas. Vamos investir R$ 30 milhões em quatro anos na América Latina, e nosso maior esforço está direcionado para o mercado brasileiro, que é imenso", relata o consultor da área de Inovação da EDP, Bruno Curado.