Foi confirmado oficialmente ontem, pelo governador Eduardo Leite - em reunião que contou, ainda, com a presença do secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior -, o nome do novo presidente do Grupo CEEE: Marco da Camino Ancona Lopez Soligo. O economista adianta que um dos seus objetivos é buscar uma transição a mais tranquila possível da condição da empresa de estatal para companhia privada, se o processo de desestatização for adiante.
Soligo salienta que o procedimento de privatização do Grupo CEEE está fora da sua alçada, pois é determinado pelo governo. No entanto, o economista afirma que pretende tratar dessa situação, dentro da estatal, da maneira mais serena que puder. "Eu tenho 25 anos de experiência no setor, já acompanhei privatizações, transições de companhias, posso dizer que acho que consigo lidar muito bem com isso, se for o caso da CEEE", argumenta. Soligo ressalta que, com o processo de desestatização tendo prosseguimento, o foco é conseguir o maior valor possível pelo ativo. "E que as pessoas envolvidas, a própria companhia, não passem por um estresse de que a privatização seja algo ruim, que prejudicará todo mundo", acrescenta.
O economista recorda que o braço de distribuição do grupo, a CEEE-D, registrou um prejuízo muito grande no ano passado, de quase R$ 1 bilhão. "Isso não é razoável, sob qualquer aspecto", frisa. Soligo enfatiza que esse desempenho da companhia prejudica a sociedade gaúcha e o governo - que é o controlador da empresa e ainda tem o impacto do atraso de repasses de ICMS por parte da estatal. O novo presidente adianta que a ideia é assumir o cargo e estudar o que for possível fazer para reverter essa situação. Contudo, Soligo prefere ainda não detalhar as medidas que serão tomadas. A posse do novo mandatário do Grupo CEEE ainda não tem uma data definida.
Paulistano, 51 anos, Soligo é formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), tem MBA em Administração e Gestão, com concentração em Marketing, pela Universidade Católica da Lovaina, na Bélgica, e especialização em Direito Societário pela FGV-SP. A carreira profissional começou em bancos de investimento nacionais e internacionais, como Banco Safra, Unibanco, Bear Stearns, Banco de Boston e BB Europe, somando nove anos de experiência desde analista até supervisor.
Posteriormente, ingressou no setor energético, em que se destacam as passagens pela CPFL Energia, uma das maiores do País, onde ficou seis anos e meio, e, depois, pela Rio Grande Energia (RGE), por mais dois anos. Nos últimos 10 anos, atuou em grupos empresariais, como o Grupo Gomes Lourenço, focado na construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), e em consultorias para empresas privadas e públicas nas áreas de gestão, também com foco no setor elétrico.