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Economia

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2019 às 19:36

IPO da Banrisul Cartões não sai no curto prazo, diz presidente

'Não estamos afastando nenhuma das possibilidades', disse Cardoso (esquerda) sobre uso de ativos em RRF

'Não estamos afastando nenhuma das possibilidades', disse Cardoso (esquerda) sobre uso de ativos em RRF


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
A Banrisul Cartões é mesmo a cereja do bolo dos ativos ligados ao banco estadual gaúcho. Na divulgação do balanço trimestral e do fechamento de 2018, o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, não poupou adjetivos ao desfilar o resultado da operação, que teve alta de 16,6% no lucro líquido em 2018, somando 258,9 milhões.
A Banrisul Cartões é mesmo a cereja do bolo dos ativos ligados ao banco estadual gaúcho. Na divulgação do balanço trimestral e do fechamento de 2018, o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, não poupou adjetivos ao desfilar o resultado da operação, que teve alta de 16,6% no lucro líquido em 2018, somando 258,9 milhões.
No confronto com 2014, quando a companhia foi desmembrada, o salto é de 121%. O presidente citou que os ganhos "vêm bem", mas que a concorrência com outros bancos vai aumentar. O banco teve lucro líquido recorrente de R$ 1,1 bilhão, com alta de 20,3% em 2018. Ações fecharam em alta na bolsa de valores. 
Mas quando o tema é abertura do capital da Cartões na B3 (Bolsa de Valores), com oferta pública de distribuição primária e secundária de ações preferenciais, a cautela dominou as opiniões do comando do banco e do secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, que acompanhou a divulgação dos números. Mota descartou no 'curto prazo' fazer a operação, que chegou a ser registrada em setembro de 2018 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas foi retirada três depois pelo banco, alegando condições do mercado de capitais e pelo prazo legal.
"Não vejo isso (abertura de capital) no curto prazo", disse o dirigente. Sobre o que seria o 'curto prazo', Mota falou em mais de seis meses a um a dois anos. Analistas, que devem ter contato com os dirigentes do banco na teleconferência do balanço nesta quarta-feira (12), devem questionar o futuro do IPO em relação ao braço de adquirência e outros produtos do setor. "A bolsa está em alta, com boas perspectivas", avaliou Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, que também vê cenário promissor para a bolsa nos próximos anos, caso sejam emplacadas reformas como a da Previdência. 
O secretário da Fazenda não quis falar sobre o futuro do IPO e nem mesmo se o Estado pode vender no mercado as ações ordinárias (com direito a voto) - e o que resta de preferenciais no Banrisul, até o limite de não comprometer o controle acionário (50% mais uma ação). O governo tem 99,58% dos papéis BRSR3 (ações ordinárias). "Não podemos ficar especulando sobre essas coisas. A mensagem do governador é que o Banrisul permanecerá com seu controle majoritário estadual. Quaisquer outras operações obviamente estão no radar", observou Cardoso, lembrando os limites para comentar o assunto devido às regras de empresas de capital aberto. 
Há expectativa sobre como o governo vai constituir as garantias para a almejada adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em negociação com a União. Sobre a inclusão do capital do Estado na Banrisul Cartões, o secretário manteve a reserva. "Não há nenhuma operação com o banco em si e nem com suas subsidiárias, mas não estamos afastando nenhuma das possibilidades", completou.
O presidente do banco, que acumula a mesma função na Cartões, citou que o uso do ativo para eventual operação do RRF deve exigir autorização do conselho do banco. Na busca por garantias, a serem acionadas caso o governo não honre compromissos do regime, uma frente é a privatização de estatais como CEEE-D, Sulgás e CRM, que dependem de aval da Assembleia Legislativa. O governo já pediu o cancelamento de plebiscito para isso. Outra é a abertura de capital da Corsan, estatal de saneamento, admitida pelo governador Eduardo Leite (PSDB).
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