O futuro da Mercopar foi pauta de encontro realizado na sede do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), em Caxias do Sul. Representantes de entidades empresariais e públicas e do Sebrae-RS discutiram a necessidade de ações para recuperar a feira, que sofreu forte retração nos últimos anos em razão da crise econômica.
Em recente encontro, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, que assumirá o comando do Sebrae a partir de janeiro de 2019, pediu que o setor empresarial avalie, com a comunidade e o setor público, o futuro da feira. "Queremos resgatar a origem de sucesso da Mercopar", afirmou Reomar Slaviero, presidente do Simecs, que recebeu o pedido de Petry.
Para que o evento se mantenha em Caxias do Sul, há necessidade de melhorias na estrutura dos Pavilhões da Festa da Uva. Reivindicação que vem sendo feita há anos pelos organizadores. Slaviero acredita em profunda reestruturação da Mercopar já a partir de 2019. "Na edição atual já teremos um estímulo inovador para fomentar as próximas", afirmou. Outro objetivo do Simecs é aumentar a participação das pequenas e médias empresas.
Na tarde de ontem, ao avaliar a repercussão positiva da 27ª edição, mesmo no atual cenário de dúvidas e indefinições, o diretor técnico do Sebrae, Ayrton Pinto Ramos, reforçou a preocupação com a necessidade de melhorias na infraestrutura dos pavilhões, adequando-a com qualidade que é o produto Mercopar. "A feira vai evoluir e precisa de uma estrutura ideal", assinalou.
O dirigente destacou que na reunião com as lideranças foram expostas as demandas para que a feira siga sua trajetória na cidade - em 27 edições, apenas uma foi realizada fora de Caxias do Sul. Painel disposto no Espaço Sebrae indica a data da nova feira, 1 a 3 de outubro, mas não informa o local. "Isto não quer dizer que não seja aqui. Mas é preciso remodelar a estrutura", reforçou. Ramos observou que os representantes das entidades participantes da reunião mostraram aderência à demanda.
Rodadas de negócios superam expectativas
Das 1,5 mil reuniões de negócios esperadas no Projeto Comprador, 830 foram realizadas ainda na terça-feira. A iniciativa, desenvolvida desde a primeira edição da feira, é considerada ferramenta estratégica para vendas de produtos e serviços, especialmente por parte das micro e empresas de pequeno porte.
Para o diretor da empresa GomaSul, de Bento Gonçalves, Gilson Rigo, as rodadas criam a oportunidade para conversar com a pessoa certa dentro de uma empresa. "Aqui temos contato com a pessoa que decide, o que facilita os negócios. Temos a expectativa de uma retomada dos negócios, já que as empresas estão em busca de insumos", afirma Rigo. A GomaSul vende peças técnicas em borracha e o carro-chefe da empresa são as borrachas para elevadores.
A Bitten Máquinas, de Fortaleza (CE), participa das rodadas como empresa compradora pela terceira vez. "Busco parceiros tecnológicos e técnicos. Nossa expectativa é muito grande em troca de conhecimento e compra de materiais, como rolamentos e caxetas, além de consultorias técnica de projetos e em segurança do trabalho", explica o diretor-presidente Nonato Bittencourt Filho, que realizou 19 rodadas no primeiro dia. O Projeto Comprador seguiu com rodadas de negócios nesta quarta-feira.
Entidades empresariais investem em estandes coletivos
Os espaços coletivos são estratégia usada há muito tempo na Mercopar por representações empresariais. O Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha (Aplmmea) montou estande em parceria com a Caixa. O Espaço de Negócios Aplmmea Caixa reúne 30 empresas de cinco cidades que atuam nos ramos metalmecânico, eletroeletrônico e plástico da Região Nordeste do Rio Grande do Sul. Também participam a Universidade e a prefeitura de Caxias do Sul, instituições que são mantenedoras e parceiras do APL. O estande tem o apoio do Sebrae e do governo do Estado. Outras entidades empresariais presentes à Mercopar são a Associação de Empresas de Pequeno Porte da Região Nordeste do Rio Grande do Sul, Associação Metalmecânica dos Vales e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Rio Grande do Sul.
Simecan retoma presença como expositor neste ano
Uma das novidades deste ano é o retorno do Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita. A tradicional Ilha Simecan, protagonista ao inovar neste método de exposição, reunindo várias empresas associadas em um único local, tem 10 participantes dos setores metalmecânico e eletroeletrônico. O retorno foi viabilizado por meio de uma parceria com a prefeitura de Canoas, a exemplo do que aconteceu em ocasiões anteriores.