Uma nova vacina para o tratamento de infecções e intoxicações que afetam animais do campo e a produção pecuária, como o botulismo e enterotoxemia, chegará no mercado em até dois anos. O produto foi desenvolvido no Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTec) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), um trabalho de 11 anos do médico veterinário e doutor em Biotecnologia, Fabricio Rochedo Conceição. A fórmula traz resultados promissores, mais satisfatórios dos que atuais em circulação, além de uma produção simplificada, ágil e bem menos onerosa. Agora em fase de escalonamento, a nova vacina sai do laboratório para a produção em massa, reafirmando o potencial do Estado na área de pesquisa e tecnologia, e trazendo preços mais acessíveis ao produtor do campo.
A fórmula desenvolvida durante mais de uma década de estudos acaba de ser comprada por uma gigante no mundo empresarial da saúde: a holandesa Vaxxinova, especializada na prevenção de doenças em animais de produção. Com operações globais, a Vaxxinova também adquiriu o laboratório Biovet, fundado 1957 no Brasil, e agora tem a missão de produzir em grande escala os experimentos desenvolvidos em Pelotas.
"Nosso trabalho, que também representa a vocação do curso, é atacar e solucionar os problemas, gerando produtos e serviços que melhorem a vida em sociedade", diz Fabricio Rochedo Conceição, que também é professor de graduação e pós-graduação de biotecnologia no CDTec. A vacina tem a função para prevenir e combater a clostridioses. O termo é usado genericamente para denominar doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium, que atingem, principalmente, suínos, bovinos, ovinos, caprinos, equinos. "Essas doenças não acontecem frequentemente, mas quando surgem a mortalidade é elevada. O desfecho, geralmente, é fatal", diz.
Por serem infecciosas, as clostridioses são transmitidas de um animal para o outro de forma muito rápida, além de criarem formas de resistência. De acordo como professor, a bactéria já está presente no solo e no intestino de vários animais, inclusive dos homens, sendo resistente a defecação, a radiação ultravioleta e falta de água. "Assim faz o ciclo da bactéria no meio ambiente, impossibilitando a erradicação, que é praticamente impossível", ressalta Conceição.
Com a finalidade de reduzir as sequelas nos animais de produção e o impacto econômico que doenças trazem ao campo, o produto minimiza a infecção e os sintomas da clostridioses, impedindo o óbito. "A vacina ensina nosso sistema imunológico a se defender, especificamente, de uma determinada doença. Na pesquisa em questão, os indicadores são bem positivos", diz Conceição. O resultado da fórmula prova que, mesmo se contaminados, os sinais da doença serão mais fracos, as lesões menos intensa e o os animais afetados irão perder menos peso.
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