Baseado no livro homônimo da fotógrafa Mirian Fichtner, o documentário longa-metragem
Cavalo de Santo tem pré-lançamento nesta sexta-feira (16), às 20h30min. Um pouco antes, às 20h, ocorre uma live de apresentação com autores e convidados no site
cavalodesantofilme.com.br.
A obra audiovisual é fruto de dez anos de pesquisas, entre os terreiros gaúchos, e retrata o universo religioso afro-brasileiro no Rio Grande do Sul. Dirigido pela fotógrafa e pelo jornalista e produtor cultural Carlos Caramez, o longa foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc. O filme apresenta o complexo das religiões afro-gaúchas destacando o Batuque, a Umbanda e a Quimbanda com suas características e peculiaridades regionais.
A obra conta com a participação de nomes da ancestralidade religiosa afro-brasileira no Estado e depoimentos de antropólogos e sociólogos. Também aborda a história e a formação das religiões, o racismo, a intolerância religiosa no RS e as diversas formas de luta do povo de religião para preservarem seus cultos e manterem a sua fé. Segundo Mirian, que estreia na direção de cinema com um longa, “o maior desafio enfrentado foi transpor a linguagem fotográfica do livro para a narrativa cinematográfica”.
O filme teve como ponto de partida os dados IBGE 2000 e 2010 que apontaram o Rio Grande do Sul como o estado com maior número de terreiros e de fiéis declarados pertencentes a este segmento religioso, proporcionalmente ao número da população. A FGV - Fundação Getúlio Vargas em mapa das religiões, elaborado em 2011, confirmou Porto Alegre como a capital das religiões afro, no Brasil.
Para a fotógrafa e diretora, o objetivo do filme é dar voz e protagonismo aos personagens do livro: “Através do filme é possível ouvir suas rezas, mostrar a cultura exuberante e conhecer a vida pulsante dos terreiros gaúchos. É uma forma de preservar os saberes e memórias desta cultura imaterial no Rio Grande do Sul, transmitida pela oralidade da ancestralidade negra no Estado”.
Cavalo de Santo foi produzido pela Cubo Filmes, em parceria com a Estação Filmes, a Pluf Fotografias e a Caminho do Mar Soluções Culturais. Contou com o apoio da lei Aldir Blanc para sua finalização e lançamento.