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Cultura

- Publicada em 02 de Fevereiro de 2021 às 19:23

Sem novos filmes para exibir, Cinemas Guion fecha temporariamente

Espaço tradicional na Cidade Baixa sofre também com restrições de público devido à pandemia

Espaço tradicional na Cidade Baixa sofre também com restrições de público devido à pandemia


GUION/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Referência na sétima arte em Porto Alegre, aberto em 1995, os Cinemas Guion fecharão as portas a partir desta quinta-feira (4) por um período que deve ser de uma ou duas semanas ou até o final de fevereiro. O programador do complexo, Carlos Schmidt, detalha que um dos principais problemas enfrentados é a falta de lançamento de filmes, já que as distribuidoras estão postergando essas ações para março.
Referência na sétima arte em Porto Alegre, aberto em 1995, os Cinemas Guion fecharão as portas a partir desta quinta-feira (4) por um período que deve ser de uma ou duas semanas ou até o final de fevereiro. O programador do complexo, Carlos Schmidt, detalha que um dos principais problemas enfrentados é a falta de lançamento de filmes, já que as distribuidoras estão postergando essas ações para março.
“Não tem lançamento, não tem público; e do jeito que está, já não tem público”, lamenta Schmidt. Ele recorda que, com as restrições impostas pelo poder público por causa do coronavírus, o cinema só pode ocupar até 30% de sua capacidade. De acordo com o site do Guion, a sala 1 tem capacidade para 117 pessoas, a 2 para 110 e a 3 para 73 espectadores.
Apesar da falta de lançamentos ser uma dificuldade pontual, Schmidt diz que será preciso mais do que isso para voltar a operar normalmente. “Eu sou bem pessimista em relação a esse absurdo que se criou em torno da pandemia”, ressalta. Ele destaca que os cuidados de combate ao vírus são necessários, no entanto lembra que as pessoas estão indo a restaurantes, supermercados e shopping centers, e que o cinema não apresentaria riscos maiores. Devido aos efeitos da pandemia, os Cinemas Guion pararam de exibir filmes em março do ano passado, retornaram por um curto período em novembro, por conta do Festival Varilux, e depois interromperam novamente as atividades e voltaram em janeiro.
Schmidt destaca que manter os atuais custos do cinema, como luz, funcionários e condomínio, que passam de R$ 20 mil ao mês, em média, é algo muito complicado dentro das atuais condições de operação. A conta seria ainda maior, mas atualmente o cinema não está pagando o aluguel do espaço. Além desses fatores, o programador admite que a possibilidade de o público assistir diversas atrações através da internet é outro obstáculo. “Qualquer alternativa que se tenha facilita a não ida ao cinema. A tendência é o desaparecimento de alguns cinemas”, lamenta Schmidt.
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