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Cultura

- Publicada em 14 de Maio de 2019 às 03:00

'Cemitério maldito' retorna às telas com novo enredo

Baseado no livro de Stephen King, 'Cemitério maldito' promete surpreender com novo final

Baseado no livro de Stephen King, 'Cemitério maldito' promete surpreender com novo final


PARAMOUNT PICTURES/DIVULGAÇÃO/JC
Uma informação que os produtores de Cemitério maldito querem que o leitor saiba é que o filme, em cartaz, é uma adaptação direta do romance de Stephen King, publicado em 1983, e não um remake do longa de 1989. Outra coisa - que eles revelam apenas após uma certa insistência - é a opinião sobre o cultuado terror dirigido por Mary Lambert, com roteiro do próprio King e, claro, a canção Pet Sematary, que viraria um dos maiores sucessos dos Ramones.
Uma informação que os produtores de Cemitério maldito querem que o leitor saiba é que o filme, em cartaz, é uma adaptação direta do romance de Stephen King, publicado em 1983, e não um remake do longa de 1989. Outra coisa - que eles revelam apenas após uma certa insistência - é a opinião sobre o cultuado terror dirigido por Mary Lambert, com roteiro do próprio King e, claro, a canção Pet Sematary, que viraria um dos maiores sucessos dos Ramones.
"Não sei por que tanta gente adora o primeiro filme. O livro é tão melhor", relata o produtor Lorenzo di Bonaventura, um dos responsáveis pela versão moderna da aterrorizante história sobre o cemitério de bichinhos capaz de ressuscitar todos os seres ali enterrados (em especial gatos e crianças).
Se a missão de fazer uma adaptação à altura do romance foi bem-sucedida, é outra história. Em geral, as críticas norte-americanas se dividiram entre quem achou a releitura perturbadora e quem a considerou uma ruminação genérica da anterior. Nas redes sociais, o autor da obra deixou claro pertencer ao primeiro grupo ("É assustadora", escreveu King). De toda forma, o Cemitério maldito de 2019 traz um desfecho surpreendente até para os fãs mais obcecados.
"Stephen King é conhecido pelo terror, mas ele é, na verdade, muito sentimental. É um homem com coração grande, o que dá para ver até em obras como O iluminado. Não é o caso de Cemitério maldito", relata o codiretor Dennis Widmyer.
Para quem não se lembra, Cemitério maldito acompanha a família Creed, que se muda para uma área rural de Maine, nos Estados Unidos (onde se passam as histórias de King, em geral), em busca de uma vida tranquila. Quando o gatinho Church morre, o pai, Louis (Jason Clarke), o enterra no tal Pet Sematary, próximo à nova casa, por recomendação do vizinho Jud (John Lithgow), que conhece muito bem o poder mágico do terreno. No longa original, Jud foi interpretado por Fred Gwynne (1926-1993).
"Fred era meu amigo, e saber que ele fez o mesmo papel me inspirou", afirma Lithgow. "Éramos bem diferentes na vida real, e isso certamente se reflete na atuação. O Jud dele é, digamos, bem mais feliz que o meu. Quis criar um homem mais caladão e introspectivo."
No dia seguinte ao enterro, o bicho volta à vida - ou algo parecido. O ex-gatinho fofo agora é violento, fedido e despelado. Ou seja, enterrá-lo ali claramente não foi uma boa ideia. Mas adivinha só o que Louis faz quando sua filha Elile (Jeté Laurence), de 9 anos, é morta num terrível atropelamento de caminhão?
A partir daí, o filme não se acanha em criar situações macabras e violentas, culminando num desfecho calculado para fazer o espectador sair do cinema sentindo-se péssimo (Stephen King aprovou). Cemitério maldito trata, afinal, da incapacidade de lidarmos com a dor do luto.
"Meu Deus do céu, isso é completamente doente", exclama o ator Jason Clarke, como se tivesse parado para pensar na premissa pela primeira vez. "O cara vê a filha morta e quer brincar de Deus. É mais perturbador do que assustador. É horrível. Sei que é um filme de terror, mas para mim é sobre o que a gente é capaz de virar. Eu tento pensar nos meus filhos e imaginar o que eu faria. Não sei", confessa.
Os diretores também encaram o filme como um trabalho para além das convenções do gênero. Sem modéstia, Dennis Widmyer afirma: "os melhores filmes de terror foram feitos por cineastas que não consideravam estar fazendo um filme de terror. Kubrick nunca viu O iluminado (1980) dessa forma, assim como William Friedkin em relação a O exorcista (1973). São dramas domésticos sobre famílias em frangalhos. Essas são nossas influências", completa.
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