Conheça os lugares de Porto Alegre no livro 'Os ratos' de Dyonélio Machado

Autor de vasta produção - além dos celebrados Os ratos e O louco do Cati - Dyonélio Machado recebeu tardio reconhecimento público por sua obra, das mais importantes da literatura brasileira

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Autor de vasta produção - além dos celebrados Os ratos e O louco do Cati - Dyonélio Machado recebeu tardio reconhecimento público por sua obra, das mais importantes da literatura brasileira
Porto Alegre, 2 de outubro de 1935. Na carceragem do quartel do Terceiro Batalhão da Brigada Militar, o psiquiatra, jornalista, escritor e marxista Dyonélio Tubino Machado encontra-se preso por força de sua militância política na Aliança Nacional Libertadora (ANL), grupo do qual era presidente da seção regional. Naquele dia, uma quarta-feira, Dyonélio Machado recebeu a visita do repórter do jornal A Manhã - ainda um cronista e escritor em formação - Rubem Braga, enviado do Rio de Janeiro.
Devido à sua liderança frente a uma paralisação dos gráficos no Rio Grande do Sul, Dyonélio viu-se enquadrado na Lei de Segurança Nacional, instituída durante o governo de Getúlio Vargas. Promulgada em 4 de abril daquele ano, a lei (chamada pelos combatentes do fascismo de "A monstruosa lei"), em seu artigo 19, previa punição a todos aqueles que ousassem "induzir empregadores ou empregados à cessação ou suspensão do trabalho por motivos estranhos as condições do mesmo". Ou seja, incitar os trabalhadores à greve.
Mantido prisioneiro desde 18 de julho, Dyonélio Machado, ao mesmo tempo em que trazia ao mundo seu romance de estreia, Os ratos, entrava para a história política brasileira como o primeiro intelectual acorrentado pelos grilhões da famigerada lei, a qual, entre outros, também faria cativo, por anos a fio, o escritor alagoano Graciliano Ramos - que, da vívida experiência em inúmeras carceragens, conceberia a obra Memórias do cárcere, publicada postumamente em 1953.
Dias antes - escreveu Braga nas páginas de A Manhã -, Dyonélio recebera ali, nas dependências da Brigada Militar (onde permaneceu durante seis meses, até ser transferido para o Rio de Janeiro, amargando, ao todo, dois anos de clausura), o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Companhia Editora Nacional em reconhecimento a Os ratos.
Antes disso, porém, publicara dois outros livros: o (pouco prestigiado) volume de contos Um pobre homem, de 1927, e o vanguardista estudo - tido como um clássico da literatura médica brasileira - Uma definição biológica do crime, sua tese de doutorado em psiquiatria, defendida em 1933. Alguns estudiosos da obra de Dyonélio, porém, veem como "pedra fundamental" o ensaio Política contemporânea: Três aspectos, de 1923, ano em que ingressa na Faculdade de Medicina, em Porto Alegre.
Rubem Braga reportou suas impressões acerca de Dyonélio Machado, nascido numa família de origem humilde em Quaraí. Na definição do então iniciante cronista, um "homem de cultura de verdade". Ele escreve: "Tenho trabalhado, nas fileiras libertadoras, com muitos homens admiráveis pela cultura, pela coragem, pela honestidade, pelo espírito de luta. Este (Dyonélio) é um".
Após a celebrada recepção de seu primeiro romance, Dyonélio (hoje dos nomes mais expressivos do período denominado Romance de 30 ou "segunda fase do modernismo") teria de lidar, dali para frente, com o ostracismo motivado pela má aceitação (tanto por parte da crítica como dos editores) de seu romance seguinte, O louco do Cati, de 1942. Apesar do longo inverno que se sucedeu, Dyonélio jamais deixaria de publicar (sua bibliografia conta com, até agora, 19 títulos publicados). Obras, entre outras, como Eletroencefalografia (1944), Deuses econômicos (1966), Endiabrados (1980), O sol subterrâneo (1981) e Ele vem do fundão (1982).
A consagração como um dos maiores escritores brasileiros viria apenas em 1979, aos 84 anos, quando Dyonélio recebeu o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte. E, também no mesmo ano, ao tomar posse na Academia Rio-Grandense de Letras, distinção que já haviam recebido grandes nomes da literatura gaúcha como Simões Lopes Neto e Alcides Maya.
Dyonélio não devia estar lá muito preocupado com láureas: "Eu sou um rebelde. Eu não sou do público. Sou incapaz de escrever algo pensando no que vão achar, qual será a impressão que causará. Sou incapaz de ser um vendido à editora, ou ao público. É o mesmo que o cachorro magro da fábula, não aceitando a vida fácil de cachorro gordo, pois tinha que usar coleira. Viver dos meus direitos autorais seria impossível, eu fracassaria no pouco que fiz de bom".

Reedições e raridades a caminho

Nem só de perseguição, proscrição, indevidos reconhecimentos e tortuosas vias a estrada literária de Dyonélio Machado é eivada. Em 2019, ano que marca as quatro décadas de seu reconhecimento regional e nacional, estão a caminho regalos que abrilhantarão, ainda mais, o conjunto de sua obra. Uma das boas-novas é a reedição de Os ratos (que já passou da trigésima impressão) pela editora brasiliense SiglaViva.
O clássico dyoneliano virá embalado por "extras" resgatados do fundo de empoeirados baús. Num dos textos que acompanharão o livro, uma raridade: Erico Verissimo (que tinha, na opinião de Dyonélio, "termômetro" para seus escritos) entrevista a si mesmo sobre o amigo.
Em 2017, a SiglaViva também lançou dois outros livros que, até então, jaziam esquecidos: o romance Proscritos, parido em 1964 (em pleno estopim do golpe militar), e Um pobre homem, em comemoração aos 90 anos de sua publicação, contendo robusta fortuna crítica. Ambos os relançamentos tiveram expressiva contribuição de Camilo Mattar Raabe, pesquisador e doutorando em Teoria da Literatura pela Pucrs, um dos maiores especialistas na obra de Dyonélio no Rio Grande do Sul.
Radicado em Brasília e confesso "fissurado" pela literatura de Dyonélio, o carioca Renato Nunes, editor da SiglaViva, conta que, há 10 anos, vem trabalhando numa adaptação cinematográfica de Os ratos. O filme será rodado na capital gaúcha (e parcialmente em Brasília) e, atualmente, encontra-se em pré-produção.
Escrito por Nunes, o roteiro será rigorosamente fiel aos caminhos zanzados pelo personagem Naziazeno em sua caça andarilha em busca dos 53 mil réis de que necessita para saldar a dívida com o leiteiro. "Será um filme de época", adianta Nunes. Esta deverá ser a terceira adaptação cinematográfica baseada na obra do escritor.
Em 2013, o diretor Jaime Lerner, juntando ficção e documentário, lançou, nos cinemas e em DVD, Dyonélio, o filme. E, em 2011, o diretor Fabiano de Souza realizou seu primeiro longa-metragem adaptando, com certas liberdades poéticas, o romance O louco do Cati, que virou o elogiado A última estrada da praia. Outra novidade do pacote, também para este ano, é o relançamento do romance Fada, publicado uma única vez, em 1982, pela editora Moderna.
A edição do livro vem sendo trabalhada por Camilo Raabe. O volume terá prefácio assinado pelo jornalista, escritor e professor universitário Antonio Hohlfeldt, posfácio do escritor Altair Martins, uma contribuição em anexo do jornalista Marco Túlio de Rose (ao qual Dyonélio faz referência em Fada por conta de uma entrevista a ele concedida nos anos 1970) e, ainda, notas do escritor e tradutor José Francisco Botelho sobre as mitologias aludidas no livro. A grande "gema", porém, será a publicação - inédita - do início de um romance começado por Dyonélio, que tinha em mente fazer uma espécie de continuação de Fada.

Uma figura peculiar

Antonio Hohlfeldt, que viveu proximamente a Dyonélio (e também de escritores como Cyro Martins), diz que, ao longo de anos, teve a disciplina de ler toda a obra de Dyonélio Machado - "até as coisas que ele não tinha coragem de publicar", sublinha o professor. Para Hohlfeldt, Dyonélio, por muitas razões, é uma figura muito peculiar.
Em primeiro lugar, pontua, porque somava à sua literatura o pendor de médico psiquiatra e, sobretudo, o espírito altruísta. Os contos reunidos em Um pobre homem, exemplifica ele, possuem um teor eminentemente psicanalítico.
"E, por outro lado, também havia o escritor político-partidário, que precisou pagar suas convicções expiando dois anos de encarceramento. E que, depois disso, optou por trancar-se em seu apartamento. Acuado, passou a considerar-se um perseguido político. De certa forma, Dyonélio assumiu a figura do personagem sem nome de O louco do Cati", relata Hohlfeldt.
A arquiteta Andrea Soler Machado, neta de Dyonélio, conta que só ao longo da vida foi compreendendo a dor e a delícia dessa genealogia: "Escritor maldito, político importante, presidiário comunista, maldito, amado, odiado e sempre verdadeiro". Ela segreda que a amizade entre os dois, antes de tudo, surgiu na vivência - e não na literatura.
"Meu avô [Dyonélio] foi o primeiro a ver meus desenhos, a me oferecer um copo de vinho, a me indicar os clássicos da literatura e, mesmo hesitante, a me emprestar um livro de orientação sexual", ela relembra afetuosamente.

Os ratos: marco literário gaúcho

Indiscutivelmente, Dyonélio Machado é o grande escritor gaúcho - quiçá brasileiro - que dominou com maestria a difícil habilidade de contar uma história passada em 24 horas do mesmo modo como, por exemplo, o irlandês James Joyce cerziu Ulisses e a britânica Virginia Woolf realizou Mrs Dalloway.
As 24 horas de Os ratos - romance mentalmente gestado ao longo de 10 anos e redigido no frêmito de 20 corridas noites, num sistema "torrente de pensamentos" -, são ficcionalmente cronometradas à perfeição. "Se fosse 'lá fora'", critica Antonio Hohlfeldt, "Dyonélio já estaria no panteão dos maiores escritores que um dia existiram".
A despeito das comparações que teciam a ele, costumeiramente, sobre Joyce e Virginia, em relação a Os ratos, Dyonélio gostava de ironizar que a ideia "tomara de empréstimo", na verdade, da obra 24 horas na vida de uma mulher, de Stefan Zweig, também de 1935.
Em diversas ocasiões, Dyonélio revelou que o insight para Os ratos acometeu-lhe um dia em que a mãe fora lhe visitar e ele contara que tivera um pesadelo em que ratos roíam-lhe o dinheiro parcamente alcançado para pagar as dívidas. É quando o escritor então se isola, idealiza um conto, mas sente que não há espaço, nesse formato, para idealização do tema que pressentira.
Levaria 10 anos idealizando o texto que irromperia em vinte madrugadas, sobre um dia na vida de Naziazeno Barbosa, um cidadão comum que, certo dia, acorda com um sério problema: o leiteiro ameaça lhe cortar o fornecimento de leite caso ele não salde, na manhã seguinte, a dívida de 53 mil réis.
Traduzido para o francês, italiano e espanhol, Os ratos possui, até hoje, uma entrada de mercado bastante grande. Uma explicação para o fenômeno - tendo em vista a crise atravessada pelo setor editorial nacional - é já ter sido obra cobrada no Ensino Médio e vestibulares Brasil afora. Fora que, atualmente, faz parte de provas de avaliação seriada nas universidades.
Camilo Raabe classifica Os ratos como um marco da literatura brasileira - e mundial: "É (Os ratos) um livro muito complexo. E, apesar de leituras muito importantes já feitas sobre ele, ainda pouco explorado", pondera.

O caminho de Os ratos

No mapa acima, estão os percursos pelos quais Naziazeno Barbosa move-se no circuito de uma Porto Alegre que recém-urbanizava-se, em meados dos anos 1930, para arranjar os 53 mil réis que deve a seu fornecedor de leite.
1. Após a contenda com o leiteiro, Naziazeno, funcionário público do baixo escalão, toma o bonde do local onde morava – nas imediações do “arrabalde” (onde hoje fica o bairro Partenon) – para o Centro da cidade. Salta no fim da linha, na Praça XV, que, naqueles dias, era apenas recente edificação. É neste ponto da trama que começa sua saga “láctea”.
2. Vagando pelo Centro, Naziazeno passa inúmeras vezes pelo Mercado Público. Em dado momento, espia pelo portão central: “Abre-se-lhe, lá dentro, uma perspectiva de rua oriental, cheia de bazares, miragem remota de certas gravuras”, narra Dyonélio.
3. Afoito, Naziazeno confere as horas no relógio da prefeitura várias vezes. “Esse relógio, lá no alto, na torre, parece-lhe uma cara redonda e impassível”. O relógio, construído em 1901, para demarcar a sede da Intendência de Porto Alegre, hoje prefeitura municipal, segue, até hoje, marcando as horas para os transeuntes.
4. Desorientado, Naziazeno perambula pelas bandas do Cais do Porto para fazer hora. A área, então em obras à época, ainda possuía acesso livre.
5. Na parte central do enredo, a antiga Rua da Praia abrolha como cenário da odisseia financeira empreendida por Naziazeno Barbosa. Nos arredores (Rua da Ladeira, João Manoel e Bento Martins), desesperado, com o tempo esvaindo-se para arrumar os 53 mil réis, Naziazeno sai à caça de conhecidos e agiotas. Num entra e sai de cafés, arrisca a sorte em roletas. E, sem sucesso, vai à repartição na qual trabalha chorar um adiantamento, que não consegue.
6. Na Andrade Neves, antiga “Rua Nova”, Naziazeno encontra-se com um agiota, mas o negócio vê-se malfadado. Foi nesta mesma rua que, durante anos, o Dr. Dyonélio Machado manteve seu consultório de psiquiatria.
7. Sem sorte, Naziazeno dirige-se ao bairro Independência, um dos mais nobres da capital gaúcha, a fim de cobrar uma dívida para um amigo, o qual lhe emprestaria o capital para saldar o débito com o seu leiteiro. A ida é em vão.
8, 9 e 10. Antes de conseguir os extenuantes 53 mil réis, Naziazeno percorre (na tresloucada tentativa de empenhar um anel) inúmeras vezes as atuais ruas Voluntários da Pátria, Doutor Flores, Vigário José Inácio e Otávio Rocha.

Trecho inédito de A fada

Fada é a obra derradeira de Dyonélio Machado. O enredo centra-se numa história de amor entre jovens ambientada nas bandas do Cerro do Jarau, nas proximidades de Quaraí e, de outro flanco, num panorama de cunho urbano-universitário. "A construção do romance vale-se do recurso 'meta-ficcional'", avisa Camilo Raabe. Ele explica:
"Na história, o enamorado D'Artagnan, usa de escrita para transporta à paisagem dos Pampas a figura lendária de Parsifal (cavaleiro da Távola Redonda, que, segundo a lenda, teria avistado, na corte do Rei Arthur, o Santo Graal)". Uma das tônicas de Fada, acrescenta Raabe, é a inserção de um dos alteregos (existiam outros) de Dyonélio, o personagem "Dionísios Madureira".
> A seguir, trecho inédito do livro que será publicado pela editora Zouk:
- Topo!
- É a palavra relâmpago do advogado.
Lucas, que acompanhou o amigo ao escritório do profissional, tem a sua piada, dirigida a D'Artagnan e antevendo o que pode sair daí:
- Nicanor é de briga...
Nicanor porém defende-se: não merece tamanho elogio...
- Sou humano, no meio de tanta injustiça. Mesmo de tanta canalhice!
Lucas sorri.
- És um subversivo...
- Periga!
É o que está acontecendo com toda a classe culta. Um horror o que vive, nasce (e não vive) na vigência de um Estado arbitrário! Apelar para um estado de direito é votar-se a uma ilusão, desconhecida da atual coletividade, que só arrostou a invasão dos régulos.

Escritores descrevem suas impressões sobre Dyonélio

Paulo Scott (poeta, escritor, autor de O ano em que vivi de literatura)
Li Os Ratos quando tinha 15 anos. A tragédia do protagonista grudou em mim, a narrativa inteira, a linguagem; a mitologia em torno do autor também. Pouca coisa me impressionava naquele início de anos mil novecentos e oitenta, pouca coisa aderia. A densidade do livro, a angústia nele retratada, marcou minha maneira de ler, de buscar o que ler e, mais tarde, de escrever ficção. Durante muito tempo eu quis ter uma camiseta, do tipo daquelas com estampas das bandas Replicantes, Ratos de Porão, Detrito Federal, Inocentes, com o rosto daquele gaúcho, que não era apenas romancista, era poeta, médico psicanalista, militante do partido comunista. Nunca me agilizei para comprar uma Hering branca e imprimir a estampa. Acho que nunca disse publicamente o quanto aquele livro foi importante, o quanto o que escrevo até hoje dialoga com seu autor - imensa figura que sempre estará comigo.
Altair Martins (escritor, coordena na Pucrs o grupo de estudos "Leituras Críticas da Literatura - Relendo Dyonélio Machado")
Do que é feito o romance Fada? Em primeiro lugar, de um escritor absolutamente diferente daquele a quem Os ratos construíram autoria. Fada é, antes de tudo, uma narrativa de fantasia: basta que olhemos as inúmeras citações e alusões, tanto à literatura, quanto à matéria mitológica (desde a Antiguidade, uma predileção de Dyonélio, percorrendo os nórdicos e a Idade Média, focando no ciclo das novelas de cavalaria arturianas). Daí o aspecto claro de estarmos lendo uma aventura infantojuvenil, apesar de toda a carga erudita que os mitos trazem às conversas dos personagens D'Artagnan, Lucas e o Escritor Maldito. No fundo, lemos uma narrativa de aventura, com o mistério necessário a ser desvelado.
José Francisco Botelho (escritor, tradutor e jornalista. É autor de Cavalos de Cronos)
A literatura de Dyonélio Machado sempre me transmitiu uma sensação intensa de estranheza e familiaridade. O Louco do Cati é um de meus romances favoritos: nele, reencontro-me com um secreto veio literário que muito me interessa, o do "pampa noir", representado também pelos contos de Alcides Maya. Na obra de Dyonélio, os campos de Livramento não são paragem idílica, mas um limbo de fantasmagorias. E sempre me encantou que Dyonélio pudesse saltar desses rincões para o mundo da antiguidade clássica: me refiro à trilogia formada por Deuses econômicos, O sol subterrâneo e Prodígios, cuja ação se passa na Grécia e na Roma dos tempos de Nero. Absurdamente esquecidas, essas obras constituem uma das criações mais originais e peculiares da literatura brasileira.

* Autor da reportagem

Cristiano Bastos é jornalista, autor de Júpiter Maçã: A efervescente vida & obra (Plus Editora). Atualmente, prepara uma biografia sobre Nelson Gonçalves, que deve ser lançada neste ano.