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Porto Alegre, sexta-feira, 12 de julho de 2019.
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Jornal do Com�rcio

Cultura

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Edi��o impressa de 31/08/2018. Alterada em 31/08 �s 01h00min

A revolu��o da degola

A Revolu��o Federalista, conhecida como Revolu��o da Degola, ocorreu entre fevereiro de 1893 e agosto de 1895. A guerra ultrapassou as fronteiras ga�chas, chegando a Santa Catarina em novembro de 1893 e ao Paran� em janeiro de 1894.

O Rio Grande do Sul era uma das regi�es mais inst�veis do Brasil. Para se ter uma no��o dessa fragilidade, entre a proclama��o da Rep�blica em 1889 e a elei��o de J�lio de Castilhos, em 15 de julho de 1891, o estado teve 19 governos.

De um lado, estavam os republicanos hist�ricos, adeptos do positivismo, membros do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). No lado oposto, os chamados liberais, que, a partir de mar�o de 1892, fundaram o Partido Federalista Brasileiro (PFB).

Segundo registrou a falecida historiadora Sandra Pesavento, os republicanos do Rio Grande do Sul, liderados por J�lio de Castilhos, aproximavam as suas aspira��es � parcela dos militares, tendo como elemento de liga��o o positivismo. Para esses ativos membros do PRR, a Rep�blica deveria ser autorit�ria, comandada por uma elite de s�bios t�cnicos, apoiados em um programa abrangente que propunha um desenvolvimento capitalista global para o Estado.

No decorrer de 1892, Gaspar Silveira Martins retornou do ex�lio e organizou o congresso federalista em Bag�, quando se fundou e definiu a pol�tica oposicionista do PFB. A composi��o social dos federalistas era, sem d�vida, o que de mais expressivo possu�a a regi�o da Campanha, pelo prest�gio social, pelos recursos financeiros e pela tradi��o. Ou seja, os grandes pecuaristas da regi�o, ligados ao com�rcio e contrabando da zona da fronteira, constitu�am a elite tradicional, muitos com ra�zes no Imp�rio.

Entre as proposi��es dos federalistas, estava o estabelecimento de uma Rep�blica parlamentar, a atribui��o de maior poder ao governo central, a elei��o do chefe de Estado pelo Parlamento e a representa��o das minorias no Legislativo. A ideia central do pensamento federalista era o fim do castilhismo, apontado por eles como encarna��o de uma tirania opressiva, cruel e deslocada da opini�o p�blica. J�lio de Castilhos e seu grupo eram o principal objeto do �dio "maragato". Retir�-lo do poder era o principal objetivo, e a guerra civil foi a arma utilizada para esse fim.

A Revolu��o Federalista durou 31 meses e deixou um saldo entre 10 mil e 12 mil mortos em uma popula��o de quase um milh�o de habitantes - ocorreu, ainda, uma s�rie de atrocidades nos campos de batalha, como a execu��o de prisioneiros por meio da degola. Um exemplo � o Combate do Boi Preto, ocorrido pr�ximo a Santo �ngelo. Ali, o sangue correu solto: se os maragatos haviam degolado 23 homens, os chimangos revidaram cortando os pesco�os de 250 maragatos.

A degola acabou se tornando execu��o comum durante a Revolu��o Federalista. De tanto se utilizar o recurso, acabou banalizado e alvo de zombarias e humilha��es. Algumas vezes, a pr�tica era precedida ainda por castra��o. Difundiu-se, assim, um costume de extrema selvageria durante o confronto, h�bito esse que se expandia sempre se buscava a retalia��o. Como as tropas n�o tinham capacidade de manter prisioneiros, matar era a �nica sa�da.

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