Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Porto Alegre, sábado, 31 de maio de 2025.

Cultura

- Publicada em 12 de Julho de 2018 às 01:00

Novo espetáculo do Grupo Cerco entra em cartaz neste fim de semana em Porto Alegre

Arena selvagem é a primeira das atividades que marcam aniversário de uma década do grupo

Arena selvagem é a primeira das atividades que marcam aniversário de uma década do grupo


GRUPO CERCO/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Espetáculo novo, inauguração da sede própria e um apanhado de apresentações de todas as peças do repertório. Assim serão as comemorações dos 10 anos de Grupo Cerco, que surgiu na década passada despretensiosamente, com uma adaptação para O sobrado, de Erico Verissimo - a montagem foi tão bem recebida que gerou uma sequência ao trabalho dos artistas.
Espetáculo novo, inauguração da sede própria e um apanhado de apresentações de todas as peças do repertório. Assim serão as comemorações dos 10 anos de Grupo Cerco, que surgiu na década passada despretensiosamente, com uma adaptação para O sobrado, de Erico Verissimo - a montagem foi tão bem recebida que gerou uma sequência ao trabalho dos artistas.
Arena selvagem, a primeira das atividades que marcam o aniversário de uma década do grupo, já pode ser conferida pelo público a partir deste fim de semana. Com direção de Inês Marocco, a peça é livremente inspirada em textos de Carlos Carvalho, Franz Kafka, Carlos Drummond de Andrade e do grupo. A montagem fica em cartaz no Teatro de Arena (Borges de Medeiros, 835) de sexta-feira (13) a 5 de agosto; sextas e sábados, às 20h; e domingos, às 18h. A entrada é franca, com distribuição de senhas uma hora antes das apresentações.
"Eu comecei a me preocupar com isso: o grupo ser rotulado de só trabalhar com Erico Verissimo", afirma a diretora, em referência também a Incidente em Antares (2012), outra das peças do Cerco com base no trabalho do autor de O tempo e o vento. "Acho reducionista, e o grupo também pensa assim", ressalta.
Arena selvagem é, de certa maneira, uma reação a esse estigma. O espetáculo conta com oito atrizes e atores que se revezam em cena entre diversas personagens. São várias situações costuradas por links que ligam uma história a outra - e todas elas tratam da animalidade do ser humano. "No fundo somos todos animais, mas não queremos nos ver assim. Achamos que isso é pejorativo, que isso é nos tornar menor", destaca Inês, caracterizando a peça como uma colagem.
Os oito artistas que participam do projeto trabalham com o grupo desde o início das atividades, há 10 anos. A equipe original era composta por 14 integrantes e surgiu devido a uma encomenda do Instituto de Artes da Ufrgs, que comemorava 100 anos em 2008. Na época, O sobrado foi encenado pela primeira vez. "Achei que terminado o projeto, a gente ia se espalhar. O trabalho durou um ano e foi bastante desafiador, todos eram alunos na época", lembra a diretora, citando que a boa aceitação fez com que espetáculo começasse a ser vendido. No fim das contas, rendeu turnê e prêmios. O coletivo, então, teve que dar nome ao grupo.
Conforme Inês, a ideia de trabalhar com o mínimo de cenário e de objetos possíveis, valorizando ao máximo o trabalho corporal e físico dos atores, é o que marca as incursões realizadas até então. "É minimalista no sentido de ligar ao ator essa possibilidade de criação de poesia. Ele mesmo cria a poesia da cena. Para mim, se não tem ator, não tem nada", resume ela.
A sede própria, localizada no porão do departamento gaúcho do Instituto de Arquitetos do Brasil, deve ser um sonho realizado ainda neste semestre. O local vai servir para que os artistas guardem materiais como figurino e objetos cênicos, mas terá importância também para o desenvolvimento do grupo a longo prazo. O plano é que os atores possam realizar oficinas no espaço - gerando retorno financeiro, para que não seja necessário contar com aportes de editais o tempo todo. A nova peça, por exemplo, foi vencedora de um edital de ocupação do Teatro de Arena. "Fazer teatro sem ganhar nada, sem retorno financeiro, é muito difícil. Todos eles, os oito (atores do espetáculo), vivem disso", explica a diretora.
Caso as oficinas na sede se tornem frequentes, o local vai proporcionar uma possibilidade de autonomia para os artistas, auxiliando também na continuidade do grupo. A previsão é que a inauguração fique para depois da rotina relacionada à nova peça - já que os próprios integrantes do grupo são responsáveis pela reforma, salvo pequenas exceções.
Para o fim do ano, o planejamento inclui uma sequência de apresentações no Theatro São Pedro. O grupo irá encenar os quatro projetos do seu repertório: O sobrado, Incidente em Antares, Arena selvagem e Puli-pulá (2015). O último deles é um projeto infantojuvenil totalmente autoral, com presença de cinco atores e direção de Mirah Laline. "Será um ano bem festivo para nós", finaliza Inês.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO
notification icon
Gostaria de receber notificações de conteúdo do nosso site?
Notificações pelo navegador bloqueadas pelo usuário