A inaceitável politização da saúde pública, que tem sido a forma de atuação do presidente Jair Bolsonaro, desde o início da pandemia, apresenta mais um capítulo. Na etapa em que são apresentadas e discutidas as vacinas, causa perplexidade entre autoridades de saúde pública e especialistas, a posição do presidente, de questionar a obrigatoriedade ou não da aplicação da vacina, que, oficialmente, ainda nem existe. Esse tipo de postura, só serve para deixar a população ainda mais temerosa com o futuro incerto que ainda está por vir.
Consequências políticas
A vacina contra a covid-19, não interessa a procedência, seja ela qual for, venha de onde vier, é a esperança para milhões de brasileiros assustados com os números da doença no País. São mais de 5 milhões de casos confirmados e quase 153 mil mortos. Enquanto isso, a aflição do presidente da República, está mais voltada para as consequências políticas que o sucesso da vacina chinesa, que vem sendo trazida para o Brasil, pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) possa causar nas pretensões dele voltar a subir a rampa do Palácio do Planalto, em mais um mandato em 2022.
Vacina para todos
As vacinas contra a covid-19, hoje, imunizantes em desenvolvimento apresentadas pela Universidade de Oxford, Inglesa; Coronavac, Chinesa; Sputnik V, Russa, devem ser eficazes, seguras e disponibilizadas para o maior número de brasileiros possível. Essa troca de farpas politizando se a vacina deve ser obrigatória ou não, é o que menos interessa à população, que o que quer é proteção contra esse mal que aflige a todos, pobres ou ricos, indistintamente.
Debate desnecessário
Para o deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB), presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), "o debate sobre a aplicação obrigatória ou não da vacina é totalmente desnecessário". Segundo o parlamentar, "qualquer pessoa, sabendo que a vacina oferece uma garantia que a deixe imune à doença, vai procurá-la imediatamente".
Obrigado ou não, é irrelevante
Na avaliação do congressista, "com tudo o que o Covid-19 oferece de restrições para as pessoas, não tem ninguém que não queira se vacinar. Ser obrigado ou não é uma questão irrelevante".
Eleição municipal
A eleição municipal, avalia Alceu Moreira, "é o pêndulo saindo da esquerda. O pessoal ficou muito tempo na área de conforto. Havia um voto de rebeldia na eleição passada, ele vai para a extrema direita, mas a extrema direita não tem sustentação ideológica, então ele volta e fica no centro direita". Para o congressista, "isso vai se refletir nas eleições municipais. As pessoas não farão voto de rebeldia nessa eleição. Será um voto muito mais consciente, mas muito mais conservador", frisou o líder do da Frente Parlamentar da Agricultura.