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Estação de reciclagem leva educação ambiental para o Centro de Porto Alegre
Uma grande estrutura em frente ao Paço Municipal de Porto Alegre forma uma espécie de semi-globo com mensagens escritas do lado de fora: “traga aqui o seu resíduo para a reciclagem”. Ao lado, a reprodução de uma garrafa em tamanho muito maior que o habitual é o ponto de coleta para o material que as pessoas quiserem descartar. A estação de reciclagem faz parte da segunda edição do Braskem Recicla na Capital, iniciativa de educação ambiental que iniciou no dia 1º de abril e segue até o próximo dia 10.
“O pessoal tem bastante dúvida”, conta Eduarda Sant’Anna, da Associação de Catadores e Recicladores da Vila Chocolatão, que nestes dez dias tem a Praça Uruguai, no Centro, como o seu local de trabalho. Ela explica que tudo que é reciclável pode ser entregue por lá: plástico, papelão, alumínio, vidro - aquilo que em casa costumamos chamar de lixo seco. Não entram na conta o que é rejeito, como lixo de banheiro, nem os restos de alimentos, que são orgânicos.
Circulando ao redor da estação de reciclagem, Eduarda carrega cartões com frases que conduzem um jogo estendido no chão, que testa o conhecimento dos jogadores sobre a reciclagem. O desafio é converter a curiosidade em atitude: “é importante para incentivar as pessoas a separarem o reciclável do rejeito”.
Em Porto Alegre, a coleta seletiva recolhe o material reciclável (lixo seco) e encaminha para as unidades de triagem, formada por cooperativas ou associações de catadores. Lá o material é separado por tipo e segue para as indústrias que vão transformar o resíduo em matéria prima novamente. O ciclo é uma realidade há mais de 30 anos na Capital e hoje todos os bairros são atendidos. Mas isso tem se mostrado insuficiente para que todo o resíduo com potencial de reciclagem seja de fato encaminhado para a reciclagem.
“Na prática, falta algum conhecimento básico da simplicidade que é fazer a separação dentro de casa e falta conhecimento sobre as iniciativas que já existem. Essa ação itinerante colabora para que as pessoas conheçam as que já fazem parte do dia a dia da cidade”, comenta Saville Alves, cofundadora da Solos, startup baiana que idealizou, junto com a empresa, o Braskem Recicla.
É nesse ponto que a educação ambiental se encaixa. “Temos reciclagem no Brasil. Encaminhando corretamente para a coleta seletiva, o resíduo vai para as cooperativas”, destaca Daniel Fleischer, gerente de Relações Institucionais da Braskem no Estado. A ação em frente à prefeitura é uma forma de dar visibilidade à pauta da reciclagem: ao encaminhar o resíduo para a reciclagem, a pessoa vai contribuir para gerar trabalho, renda e contribuir para a preservação ambiental.
Em Porto Alegre, o Braskem Recicla tem apoio do Sinplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS), da Prefeitura e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). A primeira edição do projeto esteve na Orla do Guaíba por duas semanas, entre novembro e dezembro de 2021, quando arrecadou uma tonelada de resíduos, destinados para a Associação de Catadores e Recicladores da Vila Chocolatão.
Caminhão da coleta seletiva terá GPS
“A principal virada de chave é na mente. As pessoas precisam separar o lixo e dar o destino correto. Se separar e colocar no dia inadequado, o caminhão coloca na coleta convencional (rejeito)”, disse o prefeito Sebastião Melo (MDB) no evento de lançamento do Braskem Recicla, no dia 1º de abril. Provocado pela coluna, Melo se comprometeu a seguir o modelo dos ônibus com GPS na gestão do resíduo: “a prefeitura vai criar um aplicativo para informar quando o caminhão da coleta seletiva estiver passando”.