A cidade de Porto Alegre se formou a partir de uma península às margens do Guaíba que no século XVIII servia de escala para quem chegava do interior e tinha como destino Viamão, então Capital do Estado. A característica geográfica garantiu ao povoado relevância maior que a da própria freguesia de Viamão, especialmente pelo trânsito de pessoas e mercadorias a partir do porto que ali se formou.
O comércio e as residências foram estruturados até a Rua Formosa, atual Rua Duque de Caxias, sendo a parte alta o limite do povoado para um lado e o Guaíba, que na origem banhava o que hoje é a Rua dos Andradas, para o outro. Em 26 de março de 1772, foi elevada à condição de freguesia. Esta é a data de referência para a comemoração do aniversário da cidade. Um ano depois, em 1773, Porto Alegre tornou-se a capital da Província.
As informações estão no livro Plano Geral de Melhoramentos de Porto Alegre: o plano que orientou a modernização da cidade, da professora Celia Ferraz de Souza. O documento de 1914, elaborado por técnicos da prefeitura sob o comando do engenheiro-arquiteto João Moreira Maciel, indicava as obras necessárias para sustentar o crescimento da cidade, que já acontecia para além do Centro Histórico, formado quase 150 anos antes.
A cidade, que inicialmente se desenvolveu nas proximidades da península, teve sua expansão forçada pelo desenvolvimento do comércio e posterior chegada das indústrias. Souza conta em sua obra que, ao longo da história, a superfície do que hoje compreende o Centro foi multiplicada por aterros junto ao Guaíba. O primeiro, ainda no século XIX, ampliou a margem norte, seguida de aterro para a construção do Porto, no início do século XX. Um outro aterro foi feito na década de 1940 na margem sul, atual bairro Praia de Belas.