Por Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.
A santidade vem de Deus, e como tal, é necessário entender primeiro a santidade Dele, antes de pôr em prática, a santidade em nossa própria vida. “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo.”( Mt 5,48). Mas mesmo depois de entender o que é a perfeita santidade, nos será exigido dedicação, corresponsabilidade e pertença religiosa e social.
Creio que é oportuno refletirmos o que inspirou tantas pessoas a abrirem mão de suas inclinações, de seus desejos egoístas, e até mesmo de bons propósitos humanos, para abraçarem integralmente o plano divino da santidade, vivendo uma vocação específica que os conduziu à perfeição.
O apóstolo Paulo dizia à comunidade de Corinto ( 1Cor. 6,2-3): “Por acaso, não sabeis que os santos julgarão o mundo? Quanto mais então as coisas da vida cotidiana?”
Que bom sabermos que, em tal situação, além de Cristo, nosso cuidador junto do Pai (I Jo 2,1), poderemos contar com a intercessão e o bem querer de tantos irmãos e irmãs maiores, que nos precederam no caminho da fé, que ofereceram a vida por nós e continuam a amar-nos de modo extraordinário.
Os santos já vivem na presença de Deus, no esplendor de sua glória, rezando por nós, que ainda vivemos sobre a terra. Quanta consolação e ânimo suscita em nosso coração esta certeza.
O nosso fechamento ao amor de Cristo já nos aponta o nosso próprio juízo. Este amor é grande, é misericordioso – ele ama e perdoa; converte-nos e nos impulsiona à capacidade de mudanças em nossa vida. Não nos condiciona, liberta. O amor é mais forte do que todas as outras coisas que nos interessam e ou são passageiras.
Portanto, nós podemos nos tornar, em certo sentido, juízes de nós mesmos – condenando-nos à exclusão da comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs.
Vivermos na experiência do caminho de santidade nos desafia a não nos cansarmos de prestarmos atenção aos nossos pensamentos e ações, a fim de contemplarmos, desde já, o calor e o esplendor da face de Deus.
Vamos em frente, permitindo que o nosso coração se abra ao verdadeiro sentido e busca da santidade -- ainda em vida.