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Havan e outros empreendimentos podem ser erguidos após acordo em Canoas
Área de quase cem hectares prevê projetos comerciais e residenciais de R$ 1 bilhão
Uma espera chegou ao fim na região mais emergente para novos empreendimentos em Canoas, que é chamada por muitos como Nova Canoas. A construção das já anunciadas lojas da Havan e do atacadista catarinense Fort e de um mega loteamento da Melnick tem agora sinal verde, após acordo entre a prefeitura, donos das terras e Ministério Público (MP-RS) que pôs fim a um impasse ambiental na região.
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) liberou o terreno, de 98 hectares, para receber a instalação de novos empreendimentos. A área é de investidores, e tem como braço de administração imobiliário o grupo Dalla Santa, que tem mais empreendimentos na Capital um deles o Guion Center.
Segundo a prefeitura, o pacote de projetos no bairro Marechal Randon envolve investimentos de cerca de R$ 1 bilhão, com capacidade para gerar 4,3 mil empregos. O maior será o loteamento de casas da Melnick que ocupará 26 hectares que já tem Estudo de Viabilidade Urbanístico (EVU).
A área estava tendo discussão em função do potencial impacto ambiental dos projetos previstos para os quase cem hectares. Denúncias desde 2019 provocaram a ação do MP-RS. De um lado, críticos apontavam existência de nascentes. Já os donos da área e o município alegavam que os registros eram de olhos d'água.
"A ideia não era de inviabilizar os empreendimentos, mas que se possa compatibilizar a proteção ambiental com o desenvolvimento, em uma região de gera grande interesse", observou a promotora que coordenava o inquérito sobre o caso, Roberta Teixeira, do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais do MP-RS. Roberta conduziu as tratativas para assinar o TAC.
A indefinição chegou a provocar dúvidas sobre a continuidade dos investimentos.
"Tinha um clima de insegurança grande", admite a secretária do Escritório de Projetos de Canoas, Joceane Gasparetto, indicando que foram realizados mais de 19 estudos técnicos ambientais na área.
Na vizinhança da mega área que aguarda pelos empreendimentos, fica o ParkShopping Canoas, o primeiro grande complexo a chegar há sete anos.
Outra operação que está prestes a estrear e que fica em um terreno, fora da porção que era alvo da discussão com o MP-RS, é a da Cassol Centerlar, rede de materiais de construção e itens para casa com sede em Santa Catarina. A prefeitura diz que a loja deve ficar pronta em julho.
A loja da Havan, anunciada em 2021 e que acabou ficando em banho-maria devido ao impasse, será ao lado do shopping, na avenida Farroupilha. Em conversa recente com a coluna, o diretor de expansão da loja catarinense, Nilton Hang, disse que só esperava pelo acordo para seguir com as licenças das obras, que podem começar, após as autorizações, em 2022 ainda, diz o diretor da rede varejista.
Dificuldades em relação a áreas não são notícia nova para a rede do empresário Luciano Hang. Ao abrir a filial em Porto Alegre, em agosto do ano passado, Hang mostrou "atrasômetro" marcando 22 anos que teria aguardado para conseguir licença para fazer a loja, direcionando a culpa a gestões do PT.
No fim de 2021, a rede desistiu de instalar uma unidade na Zona Leste, devido à abertura de uma rua que limitaria o tereno para a loja.
Joceane diz que as empresas já estão sendo comunicadas a partir desta terça-feira (12) sobre o TAC, firmado nessa segunda-feira (11), para que possam seguir os procedimentos para licenciamento das obras. Nenhuma ainda tinha a licença de instalação (LI).
O Fort Atacadista, bandeira de atacarejo do grupo Pereira, um dos maiores do País no ramo supermercadista, já tinha feito estudo de tráfego, devido ao tamanho do estacionamento. O grupo anunciou mais três unidades - Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
A Havan tinha feito o EVU e agora poderá pedir as demais autorizações.
A suposta existência de nascentes na área gerou abertura de inquérito pelo MP-RS em 2021. Denúncias que chegaram ao órgão indicavam que as construções poderiam atingir o ambiente. Os proprietários alegavam que não havia sido identificada nascente. A prefeitura propôs que fosse construído um parque para preservar áreas, proposta que foi levado ao Ministério Público.
Ficou definido que o parque terá, no mínimo, seis hectares de área, além da antecipação da abertura do sistema viário da rua Noruega até a avenida Boqueirão e implantação de corredores verdes na região.
O prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, disse, em nota, salienta que o projeto é "um importante avanço para o setor produtivo". "A instalação de novos empreendimentos gera mais empregos, renda e um incremento na arrecadação direta e indireta, sem deixar de lado o nosso compromisso com o meio ambiente", pontuou Marques.