Único shopping de Pelotas afina mix em busca de mais público

Empreendimento aposta em nova demanda associada ao fluxo aéreo

Por Patrícia Comunello

Marcas nacionais devem ganhar cada vez mais espaço na ocupação
"Shopping só para compras é passado." A afirmação feita pelo gerente geral do Shopping Pelotas, Jeanderson Mendes, soa quase óbvia, em meio a testes pesados que a pandemia impôs aos empreendimentos, que fecharam por três a quatro meses no auge da crise sanitária.
Mas no único negócio do setor na maior cidade da Zona Sul a precisão do mix, que tem até posto de vacinação da Covid-19, é aplicada com lupa. Novas lojas estão a caminho, como a primeira da Camicado, da companhia Renner, na Zona Sul.
Um dos alvos é oferecer lazer para as crianças e cada vez mais serviços, que gerem fluxo e resolvam a vida dos adultos. O outro é se ajustar à novidade: voos diretos entre a cidade e Guarulhos, no Aeroporto Simões Lopes Neto, agora concedido ao setor privado, que deve ampliar a circulação e diversificar o perfil de frequentadores, projeta Mendes.
Para dar conta do mercado e crescer, o shopping conta com a herança de 2021 - 12 novas operações e receita de vendas quase 40% acima de 2020 e 3% acima de 2019 -, e com a largada de 2022, que tem projeção de alta real de 5% no faturamento. Serão cinco novos ocupantes até junho, entre elas Camicado, do grupo Renner, Absoluta (marca local), que migrará do ponto de rua para o mall, e Spirito Santo, de moda masculina e com sede no Rio Grande do Sul.
A ocupação hoje é de 91%, somando 140 lojas satélites, nove âncoras, 41 quiosques e 16 operação na praça de alimentação. "Queremos chegar a 97% de ocupação até dezembro, o interesse por espaços está bem elevado", garante o gerente geral do shopping, com mais de 23,3 mil metros quadrados de área bruta locável, aberto em 2013 e que integra o grupo AD, que administra 40 empreendimentos no País e tem outro no Estado, em Passo Fundo.
Mendes diz que mais dois contratos estão em negociação e que um dos segmentos que espera atrair é de moda feminina. A quantidade de quiosques também chama a atenção não só na composição de Pelotas, mas em operações em Porto Alegre.
"As marcas adotam o modelo para experimentar, e o custo menor atrai investidores. Muitas migram para o ponto fixo depois", observa o gestor.
Sobre a nova fase do aeroporto, o gerente geral acredita que a melhora da logística vai possibilitar que mais marcas nacionais queiram entrar no empreendimento, que hoje já tem mais de 90% dos ocupantes com o DNA. "A condição anterior impedia o avanço de marcas nacionais por aqui."