"Estamos bem entusiasmados. Esperando para abrir a loja, que tá linda, hoje (18). Vai ser legal!" A empolgação é tanta que Antonio Ortiz Romacho, diretor e um dos donos da rede Asun, antecipou em três dias a estreia do novo supermercado. Na verdade, a nova filial da bandeira começa a funcionar nesta sexta-feira (20) e reforça a operação no Litoral Norte gaúcho, desta vez na divisa com Santa Catarina.
Novas lojas estão a caminho na região, com abertura prevista até o fim do ano.
Tramandaí será uma delas e outra fica bem perto. O investimento será de quase R$ 10 milhões.
"É um marco poder entrar em Torres. Sempre quis e não tinha dado até hoje. É a mais linda praia gaúcha", segue Romacho. Outras duas na região também estão a caminho.
A loja com quase 2 mil metros quadrados, 120 vagas de estacionamento e que gerou 150 empregos diretos fica numa posição privilegiada, logo na entrada da cidade, nas proximidades do Centro. A filial fica em um pequeno mall horizontal, em frente à primeira rótula da avenida Castelo Branco, para quem vem da BR-101 e da Estrada do Mar, quase ao lado do Parque do Balonismo.
Aliás, Torres é a capital nacional da prática, que agrega mais beleza aos contornos das falésias que já são atração exclusiva na costa oceânica do Rio Grande do Sul.
O mall que começou a ser ocupado este ano também tem filiais de redes conhecidas em outros segmentos: São João (farmácias) e Elevato (materiais de construção).
"Acreditamos que vamos ser um diferencial", pontua o empresário sobre a localização da nova operação da varejista, cuja trajetória está ligada ao Litoral.
Foi em Quintão, em 1975, que a primeira loja foi aberta, depois de ter sido fechada a matriz precursora em Porto Alegre, no bairro Cavalhada, em 1963. A bandeira voltaria à Capital somente em 1989. Mas essa é outra história, como o próprio Romacho faz questão de avisar, preferindo detalhar o que ocorre com a empresa na atualidade.
Em 20 de agosto de 2021, o Asun abrirá a 11ª filial no Litoral Norte. Outras virão até dezembro: Xangri-Lá e Tramandaí, onde a rede já teve unidade, mas fechou porque era muito pequena, explica o diretor. Cada loja vai gerar 190 empregos diretos. As duas operações já estão contratando, avisa o diretor da bandeira. Mais informações pelo
www.asun.com.br e nas lojas físicas.
Rede catarinense entrou em Torres no fim de 2020, elevando a concorrência com as bandeiras gaúchas. Foto: Patrícia Comunello/JC
A chegada à terra do balonismo coincide com o aumento de players de autosserviço. Rede Polo e o catarinense Bistek implantaram supermercados na cidade nos últimos meses, desde o fim de 2020. "Vamos qualificar a concorrência e baixar preço", promete um dos donos do Asun.
Torres: mix gourmet a treinamento intensivo do pessoal
A unidade na capital do balonismo teve investimento de R$ 3,5 milhões para montar a estrutura, que terá 14 caixas, sendo quatro deles sem operador, o self-checkout, no qual o consumidor registra os produtos e paga a conta.
Romacho destaca que a loja terá produtos diferenciados, com reforço em linhas de itens veganos e light, grãos e congelados. Pesquisa no mercado local orientou a composição das gôndolas.
"Vai ser um Asun com pegada mais gourmet. Criamos uma ambientação para a adega e uma ilha de queijos. A área de hortigranjeiros também teve todo cuidado e a padaria será forte",descreve o presidente da rede. Além disso, já mirando o ritmo de veraneio, vai ter suco de laranja e pizzas feitos na hora para levar.
"A loja é muito moderna e bem estruturada para ser uma nova opção na cidade", resume. A fachada alongada com acabamento em tijolos e grandes janelas valoriza o fluxo.
Em outubro de 2020, começou a formação do pessoal que vai trabalhar na filial. As pessos selecionadas eram levadas para Capão da Canoa, onde fica o centro de treinamento, para passar por todas as etapas que compõem a operação. A medida também é adotada para preparar as equipes de outras lojas. A rede investiu em estrutura para a preparação do pessoal.
Mas Romacho faz questão de destacar o que é motivo de orgulho para ele: "O Asun se transforma em uma das maiores empresas de geração de empregos no Litoral".
A estimativa é que, até o fim do ano, sejam de 1,5 mil a 2 mil vagas na região, considerando as existentes e as novas que vão abrir quase 500 postos. A rede vai atingir cerca de 3,2 mil empregados.
Litoral já concentra um terço da rede e vai ter mais peso
Filial do bairro Restinga traz a bandeira Asun Vale Mais, que une supermercado e atacarejo. Foto: Asun/Divulgação
O Asun chegou a 10 filiais no Litoral, depois de abrir em Noiva do Mar, a mais recente. Com a de Torres, serão 11. As demais estão em Quintão, Pinhal, Cidreira, Imbé, Mariluz, Osório, Nova Tramandaí, Capão da Canoa e Pinhal. As últimas quatro têm unidades da lista é do atacarejo do Asun, o Leve Mais. Até o fim do ano, a varejista alcança 13 unidades.
A rede tem um total de 33 lojas, sendo cinco do atacarejo Leve Mais, o mais recente foi aberto no Parque dos Maias, na Capital. A filial torrense vai elevar para 34 operações. Portanto, cerca de um terço da varejista está no Litoral. Outras novas lojas em 2021 foram abertas em Porto Alegre, uma no bairro Restinga, no Extremo Sul, e outra na avenida Juca Batista, na Zona Sul, em Canoas (avenida Inconfidência) e em Montenegro. Com as expansões deste ano, cerca de mil empregos serão gerados.
Alguns movimentos recentes também mostram mudanças no perfil do negócio. A
loja aberta em julho na Restinga ostenta a bandeira Asun Leve Mais, que aproxima os dois conceitos - supermercado e atacarejo.
"Reestilizamos a operação, com misto entre atacarejo e supermercado, com o forte em serviço e preço baixo. Não fizemos mais, pois não deu tempo este ano. Mas em 2022, todas as Leve Mais vão virar Asun Leve Mais", adianta o varejista.
Além disso, Romacho projeta uma nova unidade já dentro da fusão das duas bandeiras no Litoral Norte.
"Sou original de lá (Litoral). Mais certo é que com crescimento esteja lá."
"As coisas não sobem mais devido à guerra de preços"
Em meio à expansão de diversas bandeiras e da própria, o empresário diz que preço mais baixo e qualidade do mix são as armas na disputa por mercado. "Chamo cliente em cima de qualidade de produto e preço baixo", reforça e ainda afirma:
"As coisas não sobem mais devido à guerra de preços, que reduz o valor dos produtos". Para sustentar preço na gôndola, o Asun trabalha com estoque reforçado. A rede tem centro de distribuição em Gravataí e não tem previsão de ampliar.
Após quase 20 meses de pandemia, a alta dos alimentos, por exemplo, pressiona a inflação, o que reduz o poder de compra de salários e outras fontes de renda.
O diretor diz que Montenegro, onde abriu operação este ano, foi a localidade com supermercado mais barato do Estado, devido à quantidade de concorrentes. "Quanto mais supermercados na região melhor. A guerra de preços é saudável", acredita.
A rede espera aumento real da receita este ano entre 3% e 4%, considerando as mesmas lojas. Em 2020, o faturamento avançou mais de 10%. As vendas pelo e-commerce, com tele-entrega e drive-thru, ganham mais espaço. Parte dos investimentos nas lojas também se dirige para troca de equipamentos, como na refrigeração, com a substituição de modelos que usam gás freon, mais poluente e que será proibido no futuro, por glicol, que combina água com álcool gelado.
O crescimeto do tamanho da operação em 2021 quebra jejum de dois anos sem novas lojas. "Em 2019, não fiz loja e em 2020 veio a pandemia."
Perfil do Asun:
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Setor: supermercado e atacarejo
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Abertura: 1963, em Porto Alegre (RS)
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Tamanho da rede: 33 lojas, sendo 5 atacarejos bandeira Vale Mais
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Novas lojas (para abrir): Torres (20 de agosto) e Xangri-Lá e Tramandaí em dezembro
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Atuação: Litoral Norte e Região Metropolitana de Porto Alegre