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Mercado Digital

- Publicada em 15 de Junho de 2020 às 17:51

Scale-ups precisam focar em sobrevivência, sugere líder da Endeavor

Camilla diz que cenário difícil para scale-ups representa risco à inovação no Brasil

Camilla diz que cenário difícil para scale-ups representa risco à inovação no Brasil


Magê Monteiro/Divulgação/JC
As empresas de alto crescimento, conhecidas também como scale-ups, estão em risco. O cenário de crise em função da pandemia da Covid-19 tem feito com que os investimentos de risco no Brasil fiquem mais raros, e esse é justamente o combustível para essas operações escalarem. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as companhias de alto crescimento são aquelas que crescem pelo menos 20% ao ano por três anos consecutivos. Mas, na realidade, muitas delas crescem 50% ou 100%. Se essas companhias morrem, morre junto parte do potencial inovador do Brasil. “As scale-ups representam 0,5% do total de empresas no País, mas são responsáveis por mais de 70% dos novos empregos gerados. É um grupo pequeno, mas muito relevante para a geração de renda e de inovação, além de formarem a mão de obra mais qualificada do País”, analisa a diretora geral da Endeavor Brasil, Camilla Junqueira. Ela participou da transmissão ao vivo da série Mentes Transformadoras  do Jornal do Comércio, com o tema: A inovação vai vencer a pandemia?
As empresas de alto crescimento, conhecidas também como scale-ups, estão em risco. O cenário de crise em função da pandemia da Covid-19 tem feito com que os investimentos de risco no Brasil fiquem mais raros, e esse é justamente o combustível para essas operações escalarem. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as companhias de alto crescimento são aquelas que crescem pelo menos 20% ao ano por três anos consecutivos. Mas, na realidade, muitas delas crescem 50% ou 100%. Se essas companhias morrem, morre junto parte do potencial inovador do Brasil. “As scale-ups representam 0,5% do total de empresas no País, mas são responsáveis por mais de 70% dos novos empregos gerados. É um grupo pequeno, mas muito relevante para a geração de renda e de inovação, além de formarem a mão de obra mais qualificada do País”, analisa a diretora geral da Endeavor Brasil, Camilla Junqueira. Ela participou da transmissão ao vivo da série Mentes Transformadoras  do Jornal do Comércio, com o tema: A inovação vai vencer a pandemia?
Mercado Digital – O que torna as scale-ups tão estratégicas para o futuro do Brasil?
Camilla Junqueira – As scale-ups são muito relevantes para a geração de renda, empregos altamente qualificados e produtos e serviços inovadores. Não são necessariamente empresas de base tecnológica, mas de alguma forma elas têm a tecnologia como aliada para trazer crescimento acelerado e escalabilidade. São empresas que têm muita inovação no modelo de negócio ou nos seus produtos e serviços, e são necessárias para o futuro do País. O momento é delicado em que os empreendedores à frente de empresas de alto crescimento, que sempre foram focados no modo crescimento, investindo constantemente em expansão, contratação de grandes equipes de tecnologia, entraram agora no modo sobrevivência.
Mercado Digital – Por que a inovação do Brasil está em risco?
Camilla – O alto crescimento é uma consequência de você oferecer produtos e serviços que são altamente relevantes para o País, e isso passa por muita inovação. As scale-ups investem massivamente em times de tecnologia – talento é essencial – e, apesar de poucas, estão concentrando as grandes inovações que vemos hoje no Brasil e que veremos no futuro. Claro que as grandes corporações também inovam, mas geralmente as inovações estão vindo da união das startups com as scale-ups, que são mais ágeis. E se essas empresas morrem, o impacto é gigantesco para toda inovação que o País poderia ter.
Mercado Digital – Quais são as maiores dificuldades que esse cenário de pandemia está trazendo?
Camilla – A crise só agrava algumas questões que já são recorrentes aos empreendedores, como é a questão da falta de capital. Claro que nos últimos anos a gente vem acompanhando uma crescente oferta de recursos para a inovação no Brasil, mas é algo bem concentrado. As empresas de alto crescimento têm característica mais inovadora, são mais jovens e tem menos acesso ao crédito tradicional, pois não tem como apresentar as garantias reais exigidas pelos bancos, como um prédio ou equipamentos. Por isso, elas sempre acabaram se voltando mais ao capital de risco que, neste momento, secou. Os investidores estão mais focados em salvar as empresas do seu portfólio, e não estão muito abertos para as demais. Muitas dessas scale-ups têm até quatro meses de vida, então, precisam conseguir acessar capital que antes não acessavam, como o crédito em bancos.
Mercado Digital – Muitas startups estão tendo que pivotar seus modelos de negócios para conseguir atender as demandas do mercado durante a pandemia da Covid-19. Isso também tem acontecido com as scale-ups?
Camilla – Tem scale-ups com centenas ou milhares de profissionais, que atuam com diferentes níveis de complexidade na sua operação. Embora essas empresas não estejam pivotando 100% do seu modelo, muitas estão, sim, fazendo adaptações ou criando produtos gratuitos para apoiar os pequenos negócios, como vitrines de e-commerce, ou até mesmo para ajudar o governo na organização de dados. É fundamental que os empreendedores enxerguem o seu papel como geradores de valor para toda sociedade. Em um momento de crise, eles têm que entender o que podem fazer para ajudar as empresas que estão enfrentando mais dificuldades.
Mercado Digital – É um momento de provação para essa nova geração de empreendedores digitais, não é mesmo?
Camilla – Sim, é uma prova de fogo para todos nós. A gente brinca que quem empreende no Brasil tem alguma vantagem neste cenário, porque são tantos os desafios que eles enfrentam que, de alguma forma, estão mais preparados e conseguem se adaptar mais rápido. Todo empreendedor precisa ser resiliente, ter apetite à risco e ser flexível para mudar o seu produto – o que pressupõe se apaixonar pelo problema que pode resolver e não pela solução criada. E, claro, ser otimista. Quem não tiver essas características, em um momento de crise com agora, pode acabar ficando pelo caminho.
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