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Startups sociais precisam alinhar propósito com lucro, defende Braga
Braga diz que Brasil tem muitos problemas sociais, e poucos empreendedores olhando para isso
CLAITON DORNELLES/JC
Patricia Knebel
Criar uma startup capaz de se tornar um unicórnio, operação que possui avaliação de preço de mercado no valor de mais de US$ 1 bilhão, virou o sonho de consumo de muitos jovens empreendedores. De fato, o sucesso de negócios como WhatsApp, Spotify e Uber criou uma aura de deslumbramento em torno destas empresas inovadoras, e muitas vezes tem feito com que alguns empreendedores foquem mais nos resultados financeiros e de mídia do que na essência do que estão construindo.
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Criar uma startup capaz de se tornar um unicórnio, operação que possui avaliação de preço de mercado no valor de mais de US$ 1 bilhão, virou o sonho de consumo de muitos jovens empreendedores. De fato, o sucesso de negócios como WhatsApp, Spotify e Uber criou uma aura de deslumbramento em torno destas empresas inovadoras, e muitas vezes tem feito com que alguns empreendedores foquem mais nos resultados financeiros e de mídia do que na essência do que estão construindo.
É o empreendedorismo de palco, como comenta o CEO da Egalitê Recursos Humanos Especiais, Guilherme Braga, personagem deste episódio da série Mentes Transformadoras. “Uma inovação com um propósito maior do que simplesmente faturar milhões está vinculada a ideia de efetivamente melhorar a vida das pessoas. Os empreendedores já enfrentam muitas barreiras para avançar hoje no Brasil, e acredito que só vão ter sucesso se tiverem uma missão muito forte por trás do produto ou serviço que estiverem lançando. Pensar no social torna a empresa ainda mais potente”, defende ele, que é empreendedor social há dez anos.
A tecnologia, comenta, deve ser apenas o meio que torna possível criar uma solução para solucionar um problema mais complexo, e também a ferramenta para permitir que as operações consigam escalar. É o caso da própria Egalitê, criada para realizar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e que, por meio da sua plataforma, tem conseguido chegar a um grande número de companhias.
Aliás, o Brasil representa uma grande oportunidade para empreendedores que queiram solucionar problemas, já que são muitos os desafios enfrentados em áreas como transporte, saúde, educação e empregabilidade. “Temos muitas questões sociais e ainda pouca gente olhando para isso. É possível ter um modelo de negócios que seja sustentável e rentável, e que a mesmo tempo possa ajudar a solucionar problemas da nossa sociedade”, aponta Braga.
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Mercado existe, mas isso não significa que seja fácil fazer empreendedorismo social hoje no Brasil. O maior desafio está vinculado ao modelo de receita. Até porque, o empreendedor social quer resolver um problema que muitas vezes passa por pessoas de baixa renda, que não tem condições de arcar com o serviço. Mas, existem outros, como todos os outros obstáculos de empreender no Brasil, como desenvolver a visão de negócio em muitos dos empreendedores que querem apostar nesse segmento.
> Podcast: ouça a entrevista completa
Sem falar, claro, em toda burocracia e dificuldades de acesso a financiamento e investidores os novos projetos inovadores enfrentam. “As empresas de impacto social ainda não são vistas como tão atrativas para investimento. Existem alguns fundos específicos, mas ainda há a barreira de olhar o negócio social como uma ONG”, comenta Braga. A resposta para isso? O empreendedor social estar com o seu modelo de receita alinhado com impacto que gera. Cada real que ele gerar, vai estar ajudando mais as pessoas. “Não tem nada de errado em uma organização sem fins lucrativos, mas o empreendedor social também é uma empresa que busca resultados efetivos”, sugere.
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