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Hong Kong-Zhuhai-Macau, nasce um ícone da engenharia
A ideia principal é reduzir as viagens de barca entre as cidades de quatro horas para cerca de 30 minutos
Uma província que já tem um impressionante destaque industrial na China se sobressairá ainda mais, em breve, graças a uma grandiosa obra de engenharia geopolítica e econômica. Praticamente pronta para ser inaugurada, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau unirá essas grandes zonas econômicas do sul da China, fortalecendo mais a província litorânea de Guangdong.
Além da capital, Cantão (que tem 10 milhões de habitantes, quase o mesmo número de todo o Rio Grande do Sul), Guangdong conta com outras grandes cidades industriais, o que a leva a exibir números invejáveis: representa cerca de 12% total do Produto Interno Bruto do gigante asiático, a segunda maior economia do mundo. Ao responder por cerca de 12% do PIB chinês que em 2016 foi próximo de US$ 11,2 trilhões, de acordo com dados do Banco Mundial, Guangdong teria gerado cerca de US$ 1,34 milhão em riquezas ao país. Superior, portanto, ao PIB da Rússia no mesmo ano (US$ 1,2 trilhão) e equivalente a 74% do PIB brasileiro no período (US$ 1,79 trilhão).
“O PIB de nossa província supera o da Rússia, em uma área territorial muito inferior. Somos uma economia e uma região diferente em termos de investimentos estrangeiros recebidos e feitos no exterior. E vale lembrar que é de Cantão a maior parte dos chineses que emigra da China para a América Latina, levando riquezas para outros países”, destaca Luo Jun, diretor-geral do Escritório de Relações Internacionais da província de Guangdong, que tem mais de 100 milhões de habitantes, mais da metade da população brasileira.
Essa tradição, que dá a Guangdong a condição de ser uma grande janela para o Ocidente, diz Luo, terá um novo e imponente símbolo. A maior ponte já construída sobre o mar fará a ligação, ainda em 2018, da província com Hong Kong e Macau, principais cidades do rico estuário do Rio da Pérola. Com 55 quilômetros, a ponte unirá a província com as duas antigas colônias inglesa e portuguesa formando um novo grande cinturão de riqueza. A ideia principal é reduzir as viagens de barca entre as cidades de quatro horas para cerca de 30 minutos. A obra também simboliza a integração plena de Hong Kong e Macau à China, país ao qual foram devolvidas pelos antigos dominadores no final dos anos 1990.
A ponte já é um ícone da integração e será devidamente celebrada antes do final do ano, garantem as autoridades locais. E percorrer a obra é a prova do sucesso da empreitada que, apenas em um dos momentos de pico de construção, reuniu mais de 10 mil trabalhadores sobre o mar ao mesmo tempo. A obra em si, descontado o tempo de projeto, levou apenas oito anos para chegar ao atual estágio: 99,99% concluída. Falta apenas que o governo Xi Jinping bata o martelo para que seja aberta ao tráfego de carros, ônibus e caminhões de carga, dando vida ao novo corredor econômico chinês.
A megaponte e seus números
- Para erguer a ponte de 55 quilômetros sobre o mar, foi necessário criar duas ilhas artificiais no meio do caminho para a sustentação da obra.
- Parte da ponte é submersa, e o trajeto é feito por túneis que ficam sob a água em cerca de sete quilômetros para não interferir no fluxo de navios de carga na baia formada pelas três cidades – uma grande zona portuária.
- A obra teve seus custos divididos entre Governo Central e as três províncias, e possui um valor estimado em cerca de 15 bilhões de yuanes (cerca de US$ 2,3 bilhões), segundo dados disponíveis no site oficial do projeto.
- O projeto e sua preparação começaram em 2003 e duraram seis anos até o início da construção, entre 2009 e 2010, e mais oito anos de obras.
Fonte: Província de Guangdong e site oficial das autoridades responsáveis pela obra (www.hzmb.org)