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Infraestrutura

- Publicada em 07 de Janeiro de 2020 às 03:00

Portos RS faz balanço do ano e projeta ações para 2020

Até novembro, terminal de Rio Grande registrou movimentação de 32,8 milhões de toneladas de cargas

Até novembro, terminal de Rio Grande registrou movimentação de 32,8 milhões de toneladas de cargas


WENDERSON ARAUJO/TRILUX/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
Até o mês de novembro, o Porto do Rio Grande registrou movimentação de 38,2 milhões de toneladas. Destaca-se o complexo soja que movimentou mais de 14,3 milhões de toneladas. A China foi o principal destino, com 59,6% das exportações com destaque aos produtos: soja em grão, celulose, cavaco de madeira, madeira e glicerina. Já nas importações, a Argélia foi o principal país a enviar produtos ao Porto, com 11,2% do total. Os principais produtos importados foram petróleo crú, ureia e fosfato.
Até o mês de novembro, o Porto do Rio Grande registrou movimentação de 38,2 milhões de toneladas. Destaca-se o complexo soja que movimentou mais de 14,3 milhões de toneladas. A China foi o principal destino, com 59,6% das exportações com destaque aos produtos: soja em grão, celulose, cavaco de madeira, madeira e glicerina. Já nas importações, a Argélia foi o principal país a enviar produtos ao Porto, com 11,2% do total. Os principais produtos importados foram petróleo crú, ureia e fosfato.
"Teremos uma leve queda de cerca de 4% nas movimentações gerais em Rio Grande, contudo, podemos destacar o crescimento de celulose em mais de 7,2% ultrapassando 3,2 milhões de toneladas, do fosfato que subiu 6,4% e dos produtos do fumo com aumento de 30,1% e do trigo com 38% de aumento", afirma Fernando Estima, diretor da Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul - Portos RS.
Já os portos de Pelotas e Porto Alegre apresentam boas movimentações no ano de 2019: até novembro Pelotas teve 990,9 mil toneladas enquanto Porto Alegre movimentou 996,1 mil toneladas, crescimento de cerca de 10% ante todo o ano de 2018. Os dados consolidados de 2019 tem seu fechamento previsto para o dia 15 de janeiro.
A Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul - Portos RS está encerrando o ano com saldo positivo de ações que garantirão o futuro do sistema hidro portuário gaúcho. Entre os destaques estão a dragagem de manutenção do complexo portuário do Rio Grande, os estudos e tratativas para a mudança do modelo de gestão dos portos gaúchos e a resolução de antigos impasses como o pátio ferroviário e a travessia de balsa entre Rio Grande e São José do Norte. Além disso, o projeto Rio Grande Porto-Indústria torna-se fundamental para os próximos anos.
No início do ano, a autarquia pública iniciou um alinhamento e um plano de ação com as diversas autoridades envolvidas na administração do setor portuário. As primeiras conversas do diretor superintendente Fernando Estima foram com a Secretaria Nacional de Portos do Ministério da Infraestrutura e com a Agência Nacional dos Transportes Aquaviários. O intuito foi entender como a autoridade federal e a agência reguladora estavam enxergando os portos gaúchos dentro do contexto nacional.
Dessas conversas que se iniciaram os trabalhos para a mudança do modelo de gestão dos portos gaúchos, algo encarado como essencial para devolver mais autonomia para a autoridade portuária e resolver gargalos históricos. "O secretário Nacional de Portos e a diretoria da Antaq estiveram no Rio Grande do Sul conversando com o governador Eduardo Leite sobre a importância de rever esse modelo administrativo. Processo que foi aceito e está sendo liderado pelo governador e pelo secretário de Governança Cláudio Gastal junto à Secretaria de Logística e à própria superintendência", afirma o superintendente Fernando Estima.
Outro diagnóstico levantado pela gestão de Estima foi o fato de que o complexo portuário e o Distrito Industrial não conversavam para serem ofertados de forma conjunta. "O Distrito Industrial era ofertado sem considerar o outro lado da rodovia, que é o porto, sem um zoneamento conjunto". Ao longo do ano foi-se construindo o projeto Rio Grande Porto-Indústria. Uma nova forma de apresentação das áreas disponíveis para novos investimentos na região sul do Estado.
A área industrial possui mais de 2,5 mil hectares. São mais de 200 lotes ainda totalmente disponíveis para novos empreendimentos. "Estamos montando um sistema de comunicação entre os Portos RS e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico que permitirá trabalhar a atração de novos investimentos de forma conjunta", explica Estima.
A dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto do Rio Grande teve seu início em 2018. Após a judicialização do caso, foi retomada no mês de janeiro. Ao longo dos últimos meses realizou todo o ciclo de limpeza do canal, retirando cerca de 16 milhões de m3 de sedimentos que prejudicavam as operações portuárias. A obra que é uma iniciativa do Governo Federal encontra-se em fase final, nesse momento, com a realização das fiscalizações e batimetrias necessárias ao seu encerramento. Após a conclusão da obra, será homologado pela Marinha do Brasil o calado de 14,5 metros do superporto.
A travessia de balsa entre Rio Grande e São José do Norte foi um dos assuntos tratados pela administração. A chegada de uma nova empresa, com autorização da Antaq, foi fundamental para qualificar o serviço e ampliar os horários de travessia, uma demanda antiga da sociedade.
Atualmente com duas empresas executando o serviço, a ligação entre as duas cidades tornou-se mais próxima. Por ação da Superintendência, foi desenvolvido o aplicativo Click Travessia, que está em fase de testes, que permite a compra on-line de passagens para a balsa. Ou seja, sem a necessidade de entrar em filas.
 

Futuro do Polo Naval está em análise pelos órgãos reguladores e superintendência

A superintendência também está tratando sobre o futuro do Polo Naval. Todos os contratos com os terminais estão sendo analisados pelos órgãos regulatórios e a Superintendência está auxiliando para dar uma resposta concreta sobre o futuro dessas áreas e da indústria naval.
Ao longo de 2019, houve revisão das poligonais dos portos gaúchos. No Porto do Rio Grande foram sugeridas as retiradas de trechos que não fazem mais sentido a operação portuária como a Barra Velha e os clubes náuticos. As sugestões encontram-se disponíveis para fins de manifestação pública, no site do Ministério de Infraestrutura. O prazo para o envio das contribuições nesta fase encerrará em 27 de janeiro.
Ao longo de 2019, a Superintendência realizou um grande levantamento de sua estrutura e dos principais gargalos do complexo portuário gaúcho. Entre as ações que se destacam estão a revisão dos preços dos pedágios e de custos tributários do Rio Grande do Sul. Através de um estudo apresentado pelo Sintermar, o Estado avalia uma equiparação tributária para determinadas importações que garantirão maior competitividade ao Estado. Em 2020, esses temas serão tratados, bem como, a defesa pelo modal hidroviário que é um dos grandes diferenciais do Estado em termos logísticos.