Um terço dos brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet já mudou os hábitos financeiros por causa das novas regras de aposentadoria, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, encomendada pelo C6 Bank. A Reforma da Previdência foi aprovada pelo Senado em 22 de outubro de 2019, após oito meses de discussão no Congresso.
De acordo com o levantamento, após a reforma, 33% dos entrevistados passaram a guardar dinheiro com regularidade ou aumentaram a quantia que costumam poupar. Por outro lado, a pesquisa mostra que 31% das pessoas ainda não fizeram nada pensando nas novas regras de aposentadoria.
O estudo mostra que foram, principalmente, os jovens que mudaram os hábitos de poupança. Cerca de 40% dos respondentes de 16 a 24 anos passaram a poupar com regularidade ou aumentaram os investimentos para a aposentadoria.
"O estudo mostra que parte significativa dos brasileiros já entendeu que as novas regras para aposentadoria exigirão uma nova relação com o dinheiro. É o momento de cada um se organizar, planejar os gastos, investir regularmente e encontrar fontes de renda alternativas para preservar a qualidade de vida no futuro", diz o planejador financeiro Daniel Varajão, do C6 Bank.
O levantamento também mostra que a população brasileira se considera informada sobre a Reforma da Previdência. Na pesquisa, 18% das pessoas dizem que estão muito bem informadas sobre as novas regras, 34% afirmam que estão informadas e 35% se consideram mais ou menos informadas. Apenas 2% dizem que não estão informados sobre o assunto.
O conhecimento sobre opções de investimento, entretanto, é bem menos difundido. A pesquisa mostra que as pessoas estão mais informadas sobre o investimento mais popular no país, a poupança. A pesquisa aponta ainda que 91% dos entrevistados estão muito ou mais ou menos informados sobre a poupança, mas só metade das pessoas se considera mais ou menos informada sobre fundos, previdência privada ou Bolsa de Valores. A caderneta é uma aplicação que tem perdido atratividade com a queda dos juros no país. Desde 2012, o rendimento da poupança é de 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial), que hoje é zero. O resultado é que, em alguns cenários, o rendimento da nova poupança pode não ser suficiente para proteger o patrimônio do investidor das oscilações da inflação.
O estudo foi feito com 2 mil brasileiros com acesso à internet e mais de 16 anos, pertencentes às classes A, B e C, provenientes das cinco regiões do país. A coleta das respostas foi realizada entre os dias 7 e 12 de novembro.