O setor de turismo é atualmente um dos mais atingidos pelo surto de Covid-19, com impactos na oferta e demanda de viagens. Isso representa um risco adicional negativo no contexto de uma economia mundial mais fraca, tensões geopolíticas, sociais e comerciais, bem como um desempenho desigual entre os principais mercados de viagens de saída.
Considerando a natureza evolutiva da situação, é muito cedo para estimar o impacto total do Covid-19 no turismo internacional. Para sua avaliação inicial, a Organização Mundial do Turismo (OMT) toma como referência o cenário da SARS de 2003, considerando o tamanho e a dinâmica das viagens globais e as interrupções atuais, a distribuição geográfica da Covid-19 e seu potencial impacto econômico:
Atualmente, a OMT estima que, em 2020, a chegada internacional de turistas do exterior poderá diminuir entre 20% a 30%, abaixo de um crescimento estimado de 3% a 4% previsto no início de janeiro de 2020. Isso pode resultar em uma perda de US$ 30 a 50 bilhões em gastos de visitantes internacionais (receitas internacionais de turismo).
Hoje, as estimativas para outras regiões são prematuras, tendo em vista a rápida evolução da situação. A OMT salienta que qualquer estimativa deve ser tratada com cautela devido à evolução volátil e incerta do surto, o que pode levar a novas revisões.
O que podemos afirmar como ponto fundamental para o turismo doméstico é que os viajantes irão se concentrar em viagens no Brasil a partir de junho 2020 até junho 2021, devido à possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 fora do território nacional, e do medo de ficaram "presos" nesses países devido às novas quarentenas, além da variação cambial ser uma incógnita no próximo semestre.
Dito isso, podemos afirmar que uma demanda significativa, entre 25% a 45% a mais do que o previsto, pode ser gerada no segundo semestre de 2020 em viagens domésticas e regionais. Os players do mercado: companhias aéreas, meios de hospedagem, transportes terrestres, agências e operadoras devem estar preparados e com produtos adequados ao novo comportamento do cliente pós-Covid-19.
Esse cliente terá mais receio em consumir, será cada vez mais exigente pelo valor do dinheiro, e buscará pacotes e promoções que demonstrem o real custo-benefício de suas viagens. Não haverá mais espaço para preços exorbitantes pelo menos nos próximos 6 a 8 meses de operação e sim preços justos, margens reduzidas, custos controlados e sobretudo, o serviço sendo cada vez mais personalizado e que seja sentido a pleno pelo viajante. Preparemo-nos para o futuro próximo do turismo, valorizemos nossos viajantes domésticos.