Como em outras épocas, a apreensão sobre os avanços tecnológicos ocupa o centro dos debates acerca da evolução. Na era industrial os pessimistas afirmavam que as máquinas substituíram o trabalho do homem. Estavam enganados.
Não entrando no mérito dos benefícios e prejuízos da modernização dos processos de produção, a humanidade soube se adaptar ao novo modelo.
Agora chutam a nossa porta os robôs capazes de aprender a executar funções humanas importantes. Novamente os pessimistas fazem terra arrasada, como se resistir fosse o melhor caminho.
Afirmo que o avanço de tecnologias como Inteligência Artificial irão melhorar nossas vidas. Irão desacomodar os humanos e impulsioná-los para outra dimensão. Isso será fantástico, pois muitos de nós vivem a vida de um robô.
Recortar e colar petições, por exemplo, é algo super comum para um advogado. Não mais será. Carimbar papéis, conferir certidões, apertar parafusos, embalar chocolates, analisar exames médicos, não mais serão atividades exclusivamente humanas. Carros autônomos, máquinas que aprendem rápido, que utilizam bancos gigantescos de dados, que resolvem problemas, chegaram para ficar.
Que bom. Nós humanos podemos muito mais. Passaremos por um período de desrobotização de nós mesmos. Teremos que ser empreendedores e aqui o termo não se resume a abrir uma empresa, mas sim ter atitude, identificar oportunidades, gerar impacto, refletir, sentir e agir.
Isso exige uma mudança de modelo mental. Teremos de repensar o modelo de educação básica e ensino superior ao mesmo tempo, aliás está nessa dimensão a principal virada de chave. Seres humanos não mais treinados para repetir, mas sim para criar e transformar.
Novas experiências de aprendizagem, novos modelos de escola, mudanças comportamentais de todos agentes do ecossistema educacional com destaque ao papel dos pais na educação das novas gerações, contribuirão para um futuro muito melhor para a humanidade.
Afinal, existe um componente importante que a Inteligência Artificial não irá substituir. O sentimento de felicidade, por vezes, esquecido pelo trabalho robotizado.
Não continue sendo um robô.
Diretor de Inovação de Porto Alegre e empreendedor